O governador disse que a União precisa tratar melhor os Estados. E salientou que São Paulo tem contribuído ao firmar várias parcerias com o governo federal. “Mas não tem reciprocidade”, reclamou. “Os Estados precisam ser um parceiro melhor; parceiro que seja melhor tratado”, acrescentou ele. “Estamos ajudando. O pessoal diz queremos Polícia Militar (PM) para fazer a guarda federal e fazem com os nossos policiais. Aí, querem a farda. E nós vamos ceder para o Brasil inteiro. Depois dizem que não têm onde colocar presos e trazem para São Paulo. Mas não tem reciprocidade”, insistiu.
Alckmin afirmou que até hoje (24) o governo federal ainda não tinha liberado recursos do fundos de segurança e penitenciário. “É inacreditável. Estamos entrando em setembro e até uma criança vê a gravidade do problema de segurança nas grandes metrópoles e o grande problema dos presos”, reclamou. “Sequer conseguimos assinar convênio. E não é São Paulo. É ninguém.” O governador reafirmou que até agora a União ainda não liberou os R$ 200 milhões referentes ao fundo de exportação. “Isso foi combinado. As exportações brasileiras estão batendo recorde e os Estados é que pagam isso porque além de não receber nada ainda temos que devolver o crédito do ICMS.”
Sobre a questão da reforma tributária, Alckmin disse que o pacote “maldades” – o aumento da carga tributária – é só para o governo federal. “A carga tributária aumentou em cima de Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) e PIS (Plano de Integração Social), que é tudo para o governo federal. A bondade é em cima de Imposto de Renda (IR) e IPI, que nós (Estados e municípios) é que estamos pagando.”
Alckmin reforçou as declarações de ontem (23) do também tucano Aécio Neves, governador de Minas Gerais. “O Aécio tem razão em colocar essa questão federativa, que é central.” Às vésperas das eleições municipais, o governador de São Paulo disse ainda que “vê com preocupação” a liberação de verbas para municípios administrados pelo PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ontem (23), o governo federal lançou o programa Crédito Solidário, de financiamento imobiliário, na capital paulista. A cidade administrada pela prefeita e candidata à reeleição pelo PT, Marta Suplicy, receberá o maior volume de recursos do programa, R$ 49,6 milhões, ou quase 10% dos R$ 500 milhões disponíveis em todo o País. “Temos de ter sentido republicano de trabalhar acima de questões partidárias, que têm o seu momento. Mas tem de haver uma divisão nítida entre questão administrativa de governo e a questão partidária-eleitoral”, disse Alckmin.
Questionado se estava cansado de fazer reivindicações ao governo federal, Alckmin disse não ter direito de se cansar. “Temos de lutar. Eu não perco as oportunidades.”, disse.
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