O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, adotou estratégia de regionalizar sua campanha durante o horário eleitoral gratuito na televisão, citando parcerias com governadores do PSDB e do PFL. Alckmin prometeu prioridades para obras em alguns Estados comandados por políticos de sua coligação (PSDB-PFL) como a Bahia do governador Paulo Souto (PFL), Pernambuco do governador Mendonça Filho (PFL), Minas Gerais do governador Aécio Neves (PSDB), além do município Rio de Janeiro, governado pelo prefeito César Maia (PFL). Ele aproveitou para criticar o estado dos metrôs de Salvador e Recife, serviços que contam com participação federal, e prometeu melhorias para as duas cidades.
Alckmin começou seu programa mostrando propostas da campanha eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002 à Presidência, como uma reforma tributária e melhorias em hospitais e postos de saúde, para concluir que "Lula não cumpriu" o que prometeu. Em seguida, apontou obras que o candidato do PT citou em seu programa eleitoral "que nem existem", como a refinaria de Pernambuco e o metrô de Fortaleza. Alckmin foi até a BR-316, no trecho entre o Maranhão e o Pará, para mostrar "o péssimo estado de conservação" da rodovia. "O governo Lula abandonou as nossas estradas", atacou um apresentador, e o tucano prometeu recuperar a malha rodoviária do País.
Já Lula citou em seu programa as realizações de seu governo como o Bolsa Família e o Pro Uni, além de medidas para equilibrar a economia, aumentar o emprego e melhorar os salários, para completar que "como fez tudo isso e tem propostas para fazer muito mais, é um candidato que não precisa agredir os adversários". Lula disse que resolveu concorrer à reeleição por acreditar que pode fazer um governo "ainda melhor" e para "evitar que muitas obras e programas importantes sejam interrompidos". Ele afirmou conhecer a máquina, ter mais experiência e poder montar uma boa equipe de governo. "Fizemos muito, e isso me orgulha, mas sei que é apenas o começo, que podemos fazer muito mais", defendeu Lula.
O petista exaltou em seu programa diversas obras que realizou em seu governo, nas áreas de habitação, saneamento e energia, programas para melhorar a educação e a saúde, obras de infra-estrutura como ferrovias, portos, aeroportos, estradas e metrô e na indústria naval, sempre repetindo o mote "esse trabalho não pode parar". Ele citou a auto-suficiência em petróleo e prometeu a auto-suficiência em gás para 2009, além de destacar o biodiesel. Por fim, ele enfatizou também as melhorias na economia brasileira, como a quitação da dívida com o FMI, o saldo da balança comercial e o aumento dos salários, recordes na arrecadação federal, o crescimento da indústria e das micro empresas.
"Temos grandes obras em andamento, temos grandes programas de transferência de renda em curso. Se isso fosse interrompido, seria não apenas um grande prejuízo financeiro, mas um imenso sacrifício humano para o País. Seria jogar fora todo um esforço de mudança que já vem dando excelentes resultados", disse o petista. "Tenho certeza que posso fazer um segundo governo melhor do que este primeiro", defendeu Lula, e completou: "vou continuar o que está certo, corrigir o que está errado, e fazer o que não foi feito".
Heloísa Helena, candidata do PSOL, disse que possui propostas para "promover desenvolvimento econômico com inclusão social" e pediu votos em seu curto programa. O candidato do PDT, Cristovam Buarque, acusou Lula de ter incorporado seu tema de "revolução pela educação" ao programa do petista por interesse eleitoral. "Nossa educação está doente, mas não é aspirina em véspera de eleição que vai curá-la", criticou Cristovam.