Às vésperas do fim do prazo legal para registrar candidaturas para as eleições de outubro, o candidato da coligação PSDB/PFL à presidência da República, Geraldo Alckmin, ainda está montando seus palanques em Mato Grosso, no Paraná, na Bahia e no Rio Grande do Norte. O conselho político da campanha da coligação se reuniu hoje para repassar a situação em cada Estado e concluiu que, à exceção dos quatro citados, os palanques regionais já estão definidos.
Até na Bahia, onde tucanos e pefelistas ainda administram uma crise, Alckmin tem apenas um palanque de governador – o do pefelista Paulo Souto, que disputará a reeleição. Embora o líder do PSDB na Câmara, deputado Jutahy Júnior (BA), ainda insista em aprovar a "candidatura alternativa" do vereador José Carlos Fernandes ao governo estadual, trata-se apenas de uma ação tática dos tucanos da Bahia para garantir a indicação do ex-prefeito de Salvador Antônio Imbassahy ao Senado.
Em alguns locais, como o Rio de Janeiro, Goiás, Maranhão, Distrito Federal e Amazonas, não houve entendimento entre os dois partidos, mas a situação está definida com a montagem de dois palanques para Alckmin. No caso do Maranhão, onde a senadora Roseana Sarney (PFL) é favorita na disputa ao governo, os tucanos resolveram montar uma candidatura alternativa de última hora para garantir o palanque de Alckmin – o PFL maranhense quer abrir espaço para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A má notícia da semana ficou por conta de Mato Grosso, onde o governador Blairo Maggi (PPS), que já havia fechado publicamente com Alckmin, surpreendeu os tucanos com um recuo. Ele ameaça compor-se com Lula. A saída para o impasse foi definida na reunião de hoje do conselho: o PSDB decidiu lançar um candidato ao governo do Estado. A dúvida agora é a escolha do nome a disputar com Maggi. O PSDB local insiste em lançar o senador Antero Paes de Barros, enquanto o PSDB nacional cogita sair com Rogério Sales, vice-governador na administração Dante de Oliveira. Nesse caso, Antero concorreria à reeleição para o Senado.
Diante da briga entre aliados em vários Estados, o candidato Alckmin já tomou sua decisão. "Vamos fazer a campanha nacional respeitando a singularidade de cada lugar", resumiu, após a reunião, deixando claro que não pretende tomar partido na briga entre aliados.