A análise das caixas-pretas do Boeing 737-800 da Gol mostra som de sirene e o piloto tentando segurar com força o manche do avião. O alarme pode ter encoberto os últimos diálogos entre piloto e co-piloto do avião que caiu após colidir em 29 de setembro com um Legacy, deixando 154 mortos. A análise do cilindro de voz do Boeing revela que, aparentemente, não houve pânico entre os pilotos na hora do choque. Durante alguns segundos, relata um integrante da comissão de investigação do acidente, o rádio ficou em silêncio. Em seguida, o que se ouve é um forte ruído. ?É uma mistura do vento batendo contra o pára-brisa do avião e os alarmes que começaram a soar dentro da cabine.

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Os peritos ainda não descartam a possibilidade de esse barulho ter encoberto diálogos na cabine do Boeing. Para tentar esclarecer a dúvida, técnicos da Aeronáutica deverão utilizar filtros eletrônicos na tentativa de remover os ruídos. Só após esse procedimento, que ainda não tem data para ser concluído, será possível afirmar se houve ou não uma conversa após a colisão.

O gravador de dados do Boeing (flight data recorder) revelou que o piloto aplicou força ao manche nos instantes que antecederam à queda. E que, mesmo com séria avarias na estrutura, os sistemas eletrônicos e mecânicos da aeronave não foram afetados pelo choque. ?O que deixou o avião incontrolável foi o fato de o Legacy ter cortado um pedaço de sua asa esquerda?, afirma uma fonte da comissão de investigação.

Os peritos ainda aguardam a coleta de mais peças e destroços do Boeing para determinar o exato local em que a asa foi atingida. Cerca de mil homens da Força Aérea Brasileira (FAB) estão na selva em busca desses materiais e do corpo do bancário Marcelo Paixão, única vítima não encontrada.

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