A ala radical do PT defende que seja discutido hoje na reunião extraordinária do Diretório Nacional do partido, o licenciamento do tesoureiro Delúbio Soares e do secretário Silvio Pereira. A idéia foi defendida pelos deputados Ivan Valente e por Chico Alencar. Este discurso tem o senador Eduardo Suplicy como aliado, porém, o senador acredita que este tipo de decisão não precise ser objeto de votação, sim de um entendimento entre o partido e os acusados.
"Se acontecesse comigo, eu me sentiria nesta responsabilidade", disse Suplicy. Apesar do coro da área radical os representantes da parte moderada do PT, acreditam que a saída de Delúbio e Silvio Pereira não deveria ser o tema central do encontro de hoje.
O deputado João Paulo Cunha, ex-presidente da Câmara, acredita que este é um assunto delicado e que qualquer decisão deve ser avaliada de forma a não parecer uma confissào de culpa.
Os deputados Alencar e Valente entendem ainda que o encontro de hoje deveria ser uma oportunidade para o PT rever a sua base aliada. "Ter o PL e o PTB como aliados é dormir com o inimigo", disse Valente.
Alencar por sua vez acha que é o momento de avaliar os erros cometidos. Mais uma vez os representantes da ala moderada discordam, principalmente no tocante ao PTB. Para Cunha não se deve generalizar. "O PTB tem muita gente boa e que tem ajudado o nosso partido. As pessoas que não estão de acordo com as nossas posições devem ser afastadas, mas é perigoso generalizar", disse.
O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) também se mostrou contrário a uma avaliação generalista do PTB e destacou a necessidade de alianças para o PT. "Não podemos nos precipitar. Precisamos de governabilidade",afirmou. O deputado Ivan Valente, por sua vez, entende que num regime presidencialista não há necessidade de maioria e o PT deveria ater suas alianças aos partidos que sempre defenderam a mesma linha de governo.
