MADRI – Horas depois de o governo da Espanha afirmar com veemência que o grupo separatista basco ETA (Pátria Basca e Liberdade) era autor dos mais graves atentados da História do país, o jornal de língua árabe “Al-Quds al-Arabi” (Jerusalém Árabe) recebeu uma carta atribuída à rede Al-Qaeda que assume a autoria das explosões – que mataram ao menos 192 pessoas e deixaram mais de 1.200 feridas nesta quinta-feira em Madri.
A carta foi divulgada momentos depois de o governo espanhol mudar de postura em sua acusação ao ETA, ao afirmar publicamente que não descarta qualquer linha de investigação. A reviravolta foi causada pela descoberta de uma caminhonete nos arredores de Madri com sete detonadores de explosivos e uma fita em árabe com versículos do Alcorão.
De acordo com o “Al-Quds”, um jornal sediado em Londres, um grupo intitulado Brigada de Abu Hafs al-Masri, afirmava em nome da rede de Osama bin Laden que um “esquadrão da morte penetrou um dos pilares da da aliança cruzada, a Espanha”. A carta, enviada por e-mail, afirma ainda: “Esse é parte de um acerto de contas com a Espanha, a cruzada, e aliada da América na sua guerra ao Islã”.
Referindo-se ao presidente do governo da Espanha, José Maria Aznar, a carta pergunta: “Aznar, onde está a América? Quem o protegerá de nós, Grã-Bretanha, Japão, Itália e outros? O jornal recebeu cartas semelhantes da mesma brigada, assumindo a autoria, em nome da Al-Qaeda, pelos atentados em novembro contra duas sinagogas na Turquia, e pelo bombardeio do quartel-general da ONU em Bagdá, em agosto de 2003.
Na Espanha, uma fonte do governo afirmou que foi aberta uma nova linha de investigação após a descoberta da van, na periferia de Alcalá de Henares, nos arredores de Madri. O veículo tinha sido roubado em Madri no dia 28 de fevereiro. No banco dianteiro foram encontrados os detonadores e várias fitas, entre elas a fita em árabe com versículos do Alcorão dedicados ao ensino.
continua após a publicidade
continua após a publicidade