A poluição das águas, principalmente por falta de saneamento básico, e o avanço das queimadas e do desmatamento são os principais problemas ambientais do País, revela pesquisa inédita do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) feita com os prefeitos de 5.560 municípios.

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Sete em cada dez brasileiros vivem em cidades onde os cursos de água estão poluídos. Um percentual ainda maior, de 77% da população, vive em municípios em que rios, lagos e lagoas estão assoreados. E metade dos brasileiros mora em cidades com alto grau de poluição do ar.

Mais de 2 mil municípios brasileiros (2.263, ou 41% do total), onde vivem 108 milhões de habitantes (62% da população), sofrem alterações ambientais que prejudicam diretamente a vida de seus moradores. O esgoto a céu aberto é o maior vilão da degradação ambiental. Em seguida estão o desmatamento e as queimadas. Já a escassez de água é o problema mais grave para os 46,6% de municípios onde a atividade econômica primária (pesca, agricultura e pecuária) teve impacto negativo por danos ambientais.

Em quase trinta anos (entre 1974 e 2003), mais de cem mil pessoas foram vítimas de acidentes naturais no Brasil. Nesse período, deslizamentos de terra e enchentes deixaram mortos, feridos e desabrigados. Os fenômenos ocorrem principalmente nas grandes cidades do Sudeste. Em 2002, segundo a pesquisa, houve pelo menos cem mortes em decorrências desses acidentes.

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O levantamento é pelo ponto de vista dos prefeitos, com dados referentes ao ano de 2002. Com base nos questionários respondidos, técnicos do IBGE concluíram que o conhecido Arco do Desmatamento, uma faixa de destruição ambiental localizada principalmente o Centro-Oeste e no Norte, está se estendendo.

Constataram também a existência de grande número de municípios expostos a doenças transmitidas por ratos, mosquitos, barbeiros e caramujos e levantaram índices de mortalidade infantil alarmantes nas cidades com graves problemas de saneamento.

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Os municípios detectam seus problemas ambientais, mas ainda são lentos no combate às causas. Na grande maioria dos itens, o percentual de municípios que aponta o problema é bem maior do que aquele que toma medidas de prevenção para evitar o dano ambiental. A falta de compromisso com o meio ambiente é explicitada pelo fato de apenas 6% das prefeituras terem uma secretaria exclusiva para tratar da questão – no País, 1,1% do quadro de funcionários municipais, em média, é dedicado à pasta.