A Operação Águas Profundas, realizada pela Polícia Federal (PF) e Ministério Público Federal (MPF), levantou uma ponta da cortina que sempre foi estendida sobre os métodos usados para financiar campanhas eleitorais.

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Uma das conclusões irreprocháveis da investigação é que parte do dinheiro obtido por meio de fraudes em licitações da Petrobras teve como endereço certo o caixa das campanhas de um grupo que faz política no Rio de Janeiro.

A irrigação financeira de certos comitês aconteceu durante a última campanha. A quebra do sigilo fiscal das empresas utilizadas no esquema e a gravação de conversas telefônicas autorizadas pela Justiça Federal forneceram aos investigadores elementos suficientes para comprovar mais um assalto aos cofres públicos.

No curso da apuração dos indícios criminosos, os policiais detectaram também o envolvimento provável de organizações não governamentais (ONGs), na obtenção de recursos públicos por meio de fraudes com a interveniência de políticos fluminenses.

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A PF descobriu que a trama foi tecida por espertalhões que agiam em conluio com funcionários da comissão de licitações da Petrobras, para obter por meio de regras específicas serviços de reparação em plataformas submarinas da estatal.

A cabeça da fraude era a Angraporto, que repartia os encargos com a Mauá Jurong e Iesa, empresas caracterizadas pela existência de sócios em comum. A quadrilha também usava ONGs para captar recursos do governo do Rio, mediante empresas fantasma que simulavam a prestação de serviços e repassavam parte dos recursos para campanhas políticas. O lamaçal não se esgota.

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