Cerca de três toneladas de agrotóxicos proibidos no Brasil, apreendidos pela Polícia Federal, Receita Federal e Ibama no Paraná, serão incinerados na cidade paulista de Suzano. Um caminhão recolheu o material nesta terça-feira nas cidades de Cascavel, Medianeira e Foz do Iguaçu. A incineração de todo o material levará um mês.

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"Mandar esses agrotóxicos para incineração é resolver de uma vez por todas um grande problema, visto que onde estavam armazenados ofereciam risco de contaminação. A medida demonstra a preocupação que tem o Governo com as questões ambientais e deixa evidenciado que a cada dia estaremos construindo ambiente melhor e mais saudável para toda a população do estado", disse o vice-governador e secretário de Agricultura, Orlando Pessuti.

Esta é a segunda carga de agrotóxicos apreendidos no Paraná que será destruída. A primeira ocorreu na quarta-feira passada. "Em janeiro nós pretendemos fazer um último carregamento para zerar os estoques de venenos apreendidos no Paraná", afirmou Piotri Laginski, chefe do Núcleo Regional da Secretaria de Agricultura e Abastecimento em Cascavel.

A destruição dos pesticidas está sendo possível graças a uma parceria com o Instituto Nacional dos Processadores de Embalagens Vazias (Impev). A carga será incinerada na empresa Clariant, de acordo com as normas ambientais. Para a circulação do material no estado de São Paulo foi necessário obter a permissão da Cetesb ? Companhia de Tecnologia em Saneamento Ambiental.

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"A maior dificuldade para conseguir levar esse material para São Paulo, foi a de não poder simplesmente carregar um caminhão com o material apreendido e ir para a estrada. Se um policial parasse o caminhão, ele poderia apreender a carga e prender o motorista por contrabando, mesmo tendo a documentação para incineração do veneno", afirmou Laginski.

Uma das formas encontradas pelo Núcleo da Seab em Cascavel foi obter da Receita Federal uma Nota Fiscal Avulsa, sem valor monetário, uma autorização para transportar material e outra do Instituto Ambiental do Paraná (IAP). "Tínhamos que achar uma maneira o mais rápido possível, pois estávamos com materiais que haviam sido apreendidos há três anos. O que fizemos aqui no Paraná, se tornou exemplo para o Brasil inteiro", concluiu Laginski.

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A carga é composta de agrotóxicos produzidos no Paraguai, sem autorização para venda no país e sem registro no Ministério da Agricultura. Entre os produtos proibidos há até BHC. Há pesticidas apreendidos por quase cinco anos, que estavam estocadas de maneira inadequada, sem destinação correta.

"A destinação correta de qualquer tipo de material é um dos fatores que contribuem para a conservação dos recursos naturais. Com a incineração de agrotóxicos o Paraná atua de forma eficaz e ambientalmente correta, servindo de exemplo a municípios e estados de todos o Brasil", disse o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Luiz Eduardo Cheida.