A adubação através de bactérias que fazem simbiose (um tipo de associação em que
os indivíduos se beneficiam mutuamente), conhecida como inoculação com rizóbio,
é uma alternativa econômica e ambiental para os agricultores. Nesse tipo de
união, a bactéria ganha abrigo na raiz das plantas e, em troca, oferece alimento
em forma de nitrogênio. Lavouras de feijão inoculadas dessa forma, por exemplo,
podem dispensar a adubação nitrogenada e ainda produzir entre 20 e 25% a mais
que os plantios onde a técnica não é adotada.
Diva de Souza Andrade,
Agrônoma e Pesquisadora da área de Microbiologia de solo do Instituto Agronômico
do Paraná (Iapar), diz que esse tipo de adubação é ideal. "É um processo natural
porque a bactéria vai fornecer o nitrogênio para a planta, então ela tem um
custo para a planta e não para o agricultor", explica.
O benefício
ambiental também deve ser levado em conta, pois com menos aplicação de
nitrogênio nas lavouras, os rios são menos contaminados. "O agricultor evita a
poluição dos rios e lagos e a contaminação do solo, além de aplicar menos
nitrogênio nas lavouras", completa. Mas para se obter bom resultado é preciso
que o solo esteja sempre bem nutrido. "Essa inoculação pode ser aplicada em
qualquer tipo de solo, desde que as condições do mesmo tenham umidade,
temperatura e bons nutrientes". Os sojicultores conhecem e usam a técnica, mas
os produtores de feijão ainda se beneficiam pouco da inoculação. No Paraná, os
agricultores usam cerca de 60 quilos de nitrogênio por hectare, o que custa
aproximadamente 120 reais. Já o custo de aplicação desta técnica gira em torno
de cinco reais, segundo dados da Assessoria de Imprensa do Iapar.
A
adubação pode ser feita sempre no início da safra misturada nas sementes, pois
permanece no solo e pode ser utilizada tanto em grãos quanto em leguminosas. Os
inoculantes de rizóbios podem ser comprados em cooperativas e em lojas de
produtos agropecuários, mas o agricultor deve ficar atento porque existem tipos
específicos para cada tipo de plantação.