Agripino quer apoio do PSDB à sua candidatura no Senado

O líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), terá uma conversa decisiva hoje com integrantes da bancada do PSDB, na tentativa de fechar o apoio do partido à sua candidatura para a presidência da Casa. Com medo de perder os quatro cargos que já têm na Mesa, os tucanos não querem apostar em uma candidatura sem chance de vitória.

Por esse motivo, a maioria da bancada do PSDB prefere a reeleição do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) para garantir seu espaço no Senado. No entanto, a bancada está preocupada com a possibilidade de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se fortalecer politicamente no Senado e montar um governo de coalizão capaz de neutralizar a oposição.

"O governo de coalizão pode forçar a oposição a se unir mais uma vez, pois a unanimidade de Lula dificulta nossa sobrevivência", analisou um senador do PSDB que não quis se identificar. Por outro lado, apoiar a reeleição de Renan Calheiros seria uma forma de o PSDB se descolar do PFL e procurar seu próprio caminho, já que os dois partidos tiveram muitos conflitos na eleição presidencial.

No entanto, os principais líderes do PSDB afirmam que, caso Agripino insista na candidatura, o partido ficaria "emparedado" e constrangido para abandonar agora a parceria, justamente no momento em que Lula procura ampliar sua base parlamentar no Congresso.

Pressionada, a bancada do PSDB deve cobrar de Agripino uma posição mais realista sobre suas chances de vencer em uma eventual disputa com o senador Renan Calheiros, que tem o apoio do Planalto. O PFL do Senado trabalha também com a hipótese de os deputados pefelistas fecharem um acordo com o PMDB, com o objetivo de eleger um peemedebista, já que nem PFL nem PSDB desejam que o comando da Câmara fique com o PT.

O senador José Agripino reafirmou sua disposição de concorrer ao cargo e buscar o apoio da oposição. "É preciso que a candidatura seja de um bloco de oposição e estou nesta tarefa de conquistar o apoio do PSDB", disse, acrescentando que está conversando pessoalmente com outros senadores de partidos não-alinhados ao governo.

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