A duas semanas da convenção nacional que pode selar a saída do prefeito de São Paulo Gilberto Kassab do DEM, o futuro presidente nacional da sigla, senador José Agripino Maia (RN), foi à capital paulista tentar convencê-lo a ficar. Em um almoço classificado como “cordial”, Agripino tentou tirar de Kassab a garantia de permanência na legenda, mas saiu sem ouvir o que queria. “Não teve nenhum fato novo”, resumiu Agripino.
Na última sexta-feira, Kassab confirmou que vem negociando sua ida para o PMDB ou PSB, embora esteja inclinado, num primeiro momento, a criar um novo partido e depois negociar sua fusão com outra legenda. “Fiquei muito sensibilizado e grato, mas seria uma deselegância muito grande com os dirigentes do DEM discutir qualquer coisa antes de 15 de março”, disse o prefeito na ocasião.
Ao senador Agripino Maia, Kassab disse que ainda não está decidido. “Estamos conversando para dar conforto e ele ficar no partido”, afirmou o senador, candidato da chapa única à sucessão do deputado federal Rodrigo Maia (RJ) como presidente do Democratas.
Agripino tem sido um dos principais negociadores da permanência de Kassab no DEM. Nas últimas semanas, o senador tentou apaziguar os grupos de Rodrigo Maia e do ex-senador Jorge Bornhausen e buscar um consenso de direcionamento, uma vez que a ameaça de saída de Kassab pode levar a uma debandada no partido. Entre os nomes cogitados para acompanhar o prefeito de São Paulo, estão o da senadora Kátia Abreu (TO), o do ex-deputado Indio da Costa (RJ) e até mesmo o do vice-governador de São Paulo Guilherme Afif Domingos.
Embora a entrada de Kassab fortaleça o PMDB paulista, os líderes regionais da sigla já enviaram um recado ao prefeito: ele não terá status de líder peemedebista. Já no PSB, Kassab enfrenta as resistências dos deputados federais Gabriel Chalita e Luiza Erundina. Em entrevista ao jornal “O Estado de S.Paulo, no sábado, 26, Erundina ameaçou deixar o partido, caso Kassab migre para o PSB.