A agricultura orgânica paranaense cresce a uma taxa de 40% ao ano, superando a média mundial de 20%. A produção no Estado saltou de 4.365 toneladas na safra 1996/97 para 52.270 toneladas na safra 2002/03, segundo informações do coordenador estadual de Agricultura Orgânica, o engenheiro agrônomo Iniberto Hammerschidt.
Entre os produtos mais cultivados estão a soja, verduras e cana-de-açúcar. Do total colhido na última safra, 12 mil toneladas foram de soja, cultivadas principalmente nas regiões Norte, Oeste e Sudoeste do Estado. “Quase toda a soja orgânica colhida no Paraná foi exportada para o Japão, Europa e Estados Unidos. Pouco menos da metade do açúcar paranaense foi comprado pelos consumidores alemães e japoneses e o restante ficou no país”, explica Hammerschidt. A produção de açúcar mascavo orgânica chegou a 5 mil toneladas e está concentrada em micro usinas da Região Sudoeste.
Segundo dados do International Federation of Organic Agriculture Movements, alguns dos fatores que contribuíram para a expansão dessa atividade foram o fortalecimento da consciência do consumidor e a industrialização dos produtos.
“É crescente a demanda por produtos orgânicos em função de suas características nutricionais e ainda por serem livres de resíduos de agrotóxicos”, confirma Maurício Lunardon, agrônomo da Secretaria da Agricultura, responsável pelo setor de olericultura. Para Maurício, prova do crescimento dessa atividade agrícola, é o sucesso da Biofach, maior Feira Internacional de produtos orgânicos, que a cada ano leva milhares de visitantes e de expositores à Alemanha e a outros países onde ela se realiza anualmente.
Interessado em fazer parte desse mercado em expansão, o Governo do Paraná tem participado ativamente desse tipo de evento. Em fevereiro passado o governador Roberto Requião esteve em Nuremberg (Alemanha) conhecendo as novidades do setor, e em julho, foi um dos grandes incentivadores da Biofach América Latina/Paraná, realizada no Centro Paranaense de Referência em Agroecologia, e que serviu como preparatória para a Biofach América Latina realizada de 08 a 10 de setembro passado, no Rio de Janeiro.
“As discussões realizadas no Paraná serviram como base para o encontro dos especialistas na BioFach-Rio de Janeiro”, ressaltou Airton Brizolla, coordenador do Centro.
