O setor agrícola contribuiu com 37% do total das vendas brasileiras ao mercado exterior em 2005, totalizando R$ 43,6 bilhões ou 11% a mais que o resultado do ano anterior, de R$ 39,016 bilhões, com a quebra de importante recorde.
De acordo com informações liberadas pela Secretaria de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, os produtos que mais se destacaram em termos de comércio exterior no exercício passado foram açúcar e álcool (45%), café (42%), carnes (31%) e papel e celulose (17%).
Nessa relação nota-se o excelente desempenho do café, outrora o carro-chefe das exportações agrícolas do País, mas que aos poucos foi perdendo mercado para outros países como a Colômbia, por exemplo.
O retorno do café à pauta de exportações é uma excelente notícia para os cafeicultores, mas de modo especial avultam os resultados positivos do avanço tecnológico da tradicional lavoura, a renovação dos parques cafeeiros, a produtividade dos novos cultivares e os tratos culturais recomendados pela pesquisa agronômica.
Também a carne produzida no Brasil teve alto índice de aceitação do mercado internacional em 2005, embora o mesmo resultado não deva se repetir este ano, tendo em vista os resquícios ainda acesos da recente descoberta de focos de febre aftosa.
Aliás, quanto aos focos detectados no Paraná, depois de intermináveis idas e vindas, o Ministério da Agricultura viu-se obrigado a admitir que os rumores anunciados não foram confirmados por análises laboratoriais. A essa altura, porém, os compradores já haviam cancelado as compras de carne e os prejuízos rapidamente se acumularam.
Não se sabe quando haverá a retomada das encomendas internacionais, mesmo com a concordância do sacrifício sanitário de cerca de duas mil cabeças na região onde o foco teria ocorrido.
O balanço feito pelo Ministério da Agricultura revelou que o agronegócio contribuiu com a maior parcela da exportação brasileira, puxado pelo crescimento da economia mundial. No entanto, o resultado poderia ter sido melhor não fossem a compressão dos preços e a política cambial adversa.
Com início auspicioso na fase de plantio, a estimativa da supersafra de verão já traz alguma preocupação com a estiagem em pontos distintos da região Sul, especialmente no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Contudo, é cedo para arriscar um prognóstico do nível de comprometimento das lavouras.