Agricultura cria impasse nas negociações da Alca

O representante dos Estados Unidos para o Comércio, Robert Zoellick, conseguiu hoje (31) aumentar o impasse na Área de Livre Comércio das Américas (Alca) entre as posições de seu país e as do Mercosul. Ao se mostrar inflexível na prioridade americana de negociar o tema agrícola de forma mais ampla somente na Organização Mundial do Comércio (OMC), Zoellick defrontou-se com a decisão irredutível dos ministros dos países do Mercosul de conseguir avanços nessa mesma questão na Alca.

Durante entrevista à imprensa, Zoellick chegou a travar um diplomático ?bate-boca? com o ministro das Relações da Argentina, Carlos Ruckauf, sobre as divergências nesse ponto. Entretanto, o representante americano insinuou a possibilidade de, no acerto final da Alca, a questão agrícola valer como moeda de barganha para os interesses americanos, focados na abertura dos mercados do setor de serviços e em compras governamentais.

?A Alca é um caminho a transitar. Mas, como ocorreu na (integração) da Europa, deve prosseguir sem tirar nada da mesa de negociação. Essa é uma mensagem direta à delegação dos Estados Unidos em relação à Farm Bill e à questão agropecuária na Alca?, afirmou Ruckauf, referindo-se à política americana de subsídios, que envolve benefícios anuais de US$ 19 bilhões ao setor agrícola.

?Com todo prazer, estaríamos dispostos a eliminar os subsídios agrícolas (no comércio) no Hemisfério Ocidental. Mas tenho de ter certeza de que a União Européia tampouco estará se valendo de subsídios e preciso avaliar como os subsídios domésticos afetam o comércio. O desafio será saber como lidar com essa questão na Alca?, rebateu, em seguida, Zoellick.

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