Mais de 300 agricultores ligados ao Movimento dos Trabalhadores Assentados (MTA) invadiram ontem uma fazenda em Rondonópolis, no sul de Mato Grosso, seqüestrada pela Polícia Federal na chamada operação Facção Toupeira, dia 2 de setembro. A fazenda, de 125 hectares e com 179 cabeças de gado no pasto, supostamente pertencia ao Primeiro Comando da Capital (PCC), segundo a PF. Ela foi adquirida por cerca de R$ 500 mil, dinheiro proveniente do assalto à agência do Banco Central de Fortaleza (CE), em agosto do ano passado.
De acordo com a PF, os indícios de ligação da fazenda com o assalto estão no fato da propriedade ter sido comprada por Jiovan Laurindo Costa, preso dia 1º deste mês em São Paulo. Ele é acusado de lavar o dinheiro do assalto e também de ter ligações com o PCC. O delegado Alex Sandro Biegas investiga a ligação da facção com a compra da fazenda em Mato Grosso e a conexão de líderes da mesma no Estado.
Como a fazenda agora pertence à União, os sem-terra prometem permanecer no local por tempo indeterminado, informou Gustavo Souza Lima, um dos líderes do MTA. "Com a invasão, nós somos os responsáveis por tudo o que há nela, inclusive o gado, e não permitiremos a entrada de ninguém", afirmou Lima.
Os integrantes do movimento estavam acampados há mais de um ano às margens da MT-270, próximo a São José do Povo. O ex-proprietário do imóvel, Valdir Costa Farias, nomeado pela Justiça Federal como fiel depositário da área, comunicou a invasão à PF, mas não pôde impedir a ocupação.
