Agricultores com prejuízos entram na Justiça contra liberação de transgênicos

A Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul (Fetraf-Sul) vai entrar com ação na Justiça, devido à liberação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) do transporte e exportação de cargas, contendo organismos genéticos modificados (OGM), pelo porto de Paranaguá. A liberação causou a perda de um contrato de exportação de 60 mil toneladas de soja, o geraria prejuízos econômicos perto de R$ 23 milhões, conforme cálculos da Secretaria da Agricultura.

A informação foi apresentada pelo coordenador Estadual da Federação, Marcos Rochinski, durante a Escola de Governo, realizada nesta terça-feira (02), no Museu Oscar Niemeyer. O governador Roberto Requião determinou que a Procuradoria Geral do Estado estude medidas jurídicas para auxiliar a Fetraf-Sul.

?Perdemos um contrato de exportação de 60 mil toneladas de soja ? um navio inteiro. Após a visita de representantes de 30 regiões da Europa ao Porto de Paranaguá, havíamos fechado negócio e, agora, perdemos devido à possibilidade da contaminação da soja convencional com a transgênica no Porto?, disse Rochinski. Segundo ele, ficará cada vez mais difícil fechar contratos com a Europa e países que buscam a soja convencional devido à liberação de todas as esteiras do Porto para soja transgênica.

?Não conseguiremos mais garantir a exportação de soja convencional sem contaminação. É necessário que tenhamos um espaço isolado dentro do Porto apenas para a soja convencional ou, melhor ainda, manter o Porto assegurado e livre de transgênicos?, fortaleceu o coordenador, lembrando que a maioria dos agricultores paranaenses será prejudicada, porque as safras vêm demonstrando que a plantação de transgênicos no Paraná não chega a 0,18%.

Diferencial

De acordo com o diretor do Departamento de Defesa Agropecuária da Secretaria de Agricultura, Carlos Bittencourt, as empresas preferem pagar valor de mercado mais alto pela saca de soja convencional que tem a garantia de ser produzida e exportada sem o risco de contaminação.

?Os produtores paranaenses deixarão de ganhar. Estes contratos estavam em crescimento no Paraná, justamente devido ao posicionamento do governo do Estado em relação ao Porto de Paranaguá e ao plantio?, explicou Bittencourt que também é responsável pelo desenvolvimento de Programas para a Agricultura Familiar.

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