Com os preços dos produtos agrícolas subindo de forma mais intensa no atacado (de 0,18% para 1,44%), o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) de setembro subiu 0,36%, acima da taxa registrada em agosto (0,27%). A explicação é do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. O economista considerou que, a exemplo do que ocorreu com a primeira prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de setembro, houve uma combinação de influências sazonais elevando os preços no setor agrícola, no período abrangido pelo IGP-10 desse mês (que vai do dia 11 de agosto a 10 de setembro).

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"Isso tem muito a ver com os períodos de entressafra dos produtos", observou o economista, lembrando que, na época de entressafra, diminui a oferta de produtos no mercado interno, o que provoca elevação de preços.

Entre os destaques de produtos que tiveram alta de preços mais intensa devido a esse fator, está a aceleração de preços dos bovinos no atacado (de 3,91% para 10,18%). Esse cenário levou à alta mais forte de preços em carne bovina frigorificada traseira (de 4,02% para 9,91%) e carne bovina frigorificada dianteira (de 4,61% para 8,73%) de agosto para setembro.

Além disso, influenciou o aumento de preço de produtos relacionados, como aves abatidas frigorificadas (de -6,05% para 8,78%). Outro produto que também teve aceleração de preços, de agosto para setembro, sob influência do período de entressafra, foi a laranja (de 1,07% para 21,69%). De acordo com o economista esse cenário levou à elevação mais intensa dos preços das matérias-primas brutas (de 0,19% para 1,76%) no atacado, de agosto para setembro.

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Combustíveis

Os preços dos combustíveis e lubrificantes no atacado estão em deflação. Segundo informou Quadros, os preços nesse segmento saíram de uma alta de 0,73% em agosto para uma queda de 0,10% em setembro, no âmbito do IGP-10.

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O economista comentou que há dois fatores de influência nesse cenário: o comportamento favorável da oferta e, por conseqüência dos preços, no setor alcooleiro; e a cotação mais baixa do barril de petróleo, no mercado internacional.

De agosto para setembro, no âmbito do IGP-10, houve queda expressiva de preços em álcool etílico hidratado (de 2,43% para -1,43%); álcool anidro (de 1,28% para -0,79%) e em óleos combustíveis (de 0,61% para -0,83%). "Isso (a deflação nos preços dos combustíveis) ajudou a segurar a aceleração da taxa do IGP-10", afirmou o economista.