Rio – A Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social (ANMP) divulgou hoje (7) um levantamento que revela a insegurança dos profissionais dessa área. De acordo com o estudo, mais de 90% dos integrantes da categoria já foram agredidos verbalmente. De cada cinco médicos peritos, um foi agredido fisicamente.
Uma das diretoras da associação, a médica Regina Alves, afirma que a carência de profissionais atrasa os processos e dificulta a relação entre os médicos peritos e os segurados. A solução seria a contratação de 1,5 mil novos profissionais, além da criação de uma diretoria específica para a categoria dentro do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).
As medidas foram apontadas em uma reunião ontem (7) entre o Ministério da Previdência e a diretoria do INSS. Estima-se que, em todo o Brasil, existam cerca de três mil médicos peritos da Previdência. "Os segurados chegam até nós esperando obter alguma coisa, mas às vezes, o problema de saúde que eles tiveram não impede o exercício da atividade profissional e o afastamento do trabalho, nesses casos, não pode ser concedido", explica Regina Alves.
Segundo ela, grande parte das agressões ocorre quando os segurados apresentam atestados médicos e laudos de exames falsos, alegando uma incapacidade para o trabalho que não é verificada de fato. "Existem verdadeiras quadrilhas no Brasil. Grande parte das pessoas não está doente", denuncia a médica.
Os médicos peritos da Previdência marcaram uma paralisação para hoje, mas adiaram o ato em função da reunião realizada ontem com o Ministério da Previdência e a diretoria do INSS.