A campanha do médico Geraldo Alckmin à Presidência, pelo menos na avaliação da agência internacional Reuters, usando linguagem bastante familiar ao candidato, foi comparada ao paciente que acabou de entrar num centro de terapia intensiva.

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Trata-se de uma conclusão severa, mas realista, tendo em vista a sucessão de três pesquisas de intenção de voto realizadas nos últimos dias, uma após a outra (CNT/Sensus, Ibope e Datafolha), dando como certa a reeleição de Lula no primeiro turno. Essa realidade não poderia ser mais antagônica às esperanças do candidato da coligação PSDB/PFL, que já via a disseminação de certo grau de desânimo em alguns setores da campanha, e a partir de agora passa a experimentar a sensação que antecede a debandada geral.

Diga-se a favor de Alckmin, que tanto se esforçou para arrebatar de José Serra a candidatura presidencial, esperando que as coisas transcorressem de forma bem diferente, que apesar de tudo se mantém firme no afã de contagiar a militância dos partidos que o apóiam, para uma virada praticamente impossível a essa altura do campeonato.

De outro lado, o favoritismo de Lula provém da atenção que seu governo dispensou às camadas carentes da população, as famílias paupérrimas das regiões norte e nordeste, cuja miséria tem sido retratada há muito tempo em programas de televisão e reportagens de jornais, por ocasião das freqüentes secas que estiolam os sertões.

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A rigor, o governo Lula foi o primeiro a minorar o sofrimento de milhões de famílias, mesmo utilizando um viés paternal e assistencialista, por que não dizer?, eleitoreiro, o Bolsa Família. Entrementes, não é nenhuma contradição sociológica o presidente receber concreta manifestação de apoio oriunda dos bolsões mais carentes do País, exatamente aqueles onde a única fonte de renda da maioria, em muitos anos, é a ajuda financeira prestada pelo governo.

Mesmo arranhado pelas falcatruas cometidas por quadros de sua quota pessoal, Lula se apresenta na corrida eleitoral sem dar sinais de desgaste, mesmo com o afastamento dos ministros mais importantes por desvios de conduta e abuso de poder. Sob qualquer ângulo, um fenômeno político.

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