Agentes prometem suspender visitas no fim de semana

Agentes penitenciários de São Paulo suspenderão as visitas aos detentos em unidades prisionais do Estado. A decisão, tomada hoje pelo Sindicato dos Servidores do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp), deverá ser ratificada pelo Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo (Sindasp) em assembléias amanhã.

O protesto é contra a morte do agente Abner Machado da Silveira, 54 anos, assassinado a tiros quando trabalhava, ontem, na penitenciária semi-aberta Ataliba Nogueira, em Campinas.

De acordo com o Danilo Bonfim, assessor do Sifuspesp, todo o complexo penitenciário de Campinas e Hortolândia decidiu paralisar as atividades no sábado e domingo, assim como penitenciárias do interior, especialmente da região oeste do Estado. Duas dessas unidades seriam a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, onde estão detidos líderes de rebeliões e do Primeiro Comando da Capital, e Centro de Readaptação Penitenciária de Presidente Bernardes, onde está preso Marcos Camacho, o Marcola, considerado líder máximo da facção.

Segundo Bonfin, o protesto também é em solidariedade ao agente Lindomar Andrade Silva, baleado quando chegava em casa ontem à noite, em Campinas. Silva, que trabalha na Penitenciária Feminina de Campinas, deixou a UTI e foi transferido para o quarto do hospital.

Amanhã, os dois sindicatos deverão fechar a participação dos agentes na suspensão das visitas. De acordo com Waldir Branquinho, vice-presidente do Sindasp, a expectativa é de que o movimento consiga parar 50% das 144 unidades prisionais do Estado. "Temos quase certeza de que eles vão pensar nos colegas e participar desse boicote, pois a situação não pode continuar como está, com os agentes morrendo todo dia", disse Branquinho.

O sistema prisional paulista possui cerca de 21 mil agentes penitenciários e de segurança. O Sifuspesp abriga 8 mil trabalhadores e o Sindasp, 3,3 mil. De acordo com os sindicatos, o sistema necessitaria ainda de outros 23 mil agentes para fazer a segurança das cadeias com mais eficiência.

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