Agenda trabalhista é condição do apoio de CUT e Força

As duas maiores centrais sindicais de trabalhadores do País – a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical – prometem dar apoio e sustentação política ao segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se o governo se comprometer a assumir uma "agenda dos trabalhadores", envolvendo a aprovação das reformas sindical, política e tributária, além de promover mudanças na orientação da política econômica.

O primeiro teste sobre como está a relação do governo Lula com os sindicalistas virá na primeira semana de dezembro, quando está prevista mais uma marcha nacional pelo aumento do salário mínimo, com reivindicação de um mínimo em cerca de R$ 400, e pela correção da tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF).

"A CUT aprovou no último encontro nacional uma plataforma dos trabalhadores, que envolvem propostas para o crescimento econômico, geração de emprego e distribuição de renda. Todas as medidas governamentais nesse sentido merecerão nosso apoio", resume o presidente da CUT, Artur Henrique da Silva Santos. "Nossas propostas englobam a realização das reformas tributária e política como elementos essenciais para essa busca do crescimento", adiciona.

Direitos

O vice-presidente da Força Sindical e presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), Eleno José Bezerra, afirma que os sindicatos ligados à Força apoiarão as reformas política, tributária e sindical, mas que não aceitarão tratar de temas como Previdência e legislação trabalhista "se resultarem em perda de direitos dos trabalhadores".

"Nosso apoio também dependerá da forma com que o presidente Lula vai propor as reformas. Se ele descer do pedestal, falar com as entidades representativas dos movimentos sociais e montar um entendimento, apoiaremos. Se for como neste primeiro mandato, de se discutir tudo no âmbito do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), um ambiente criado apenas para o presidente receber aplausos, pode esquecer da nossa participação", anuncia Bezerra.

Segundo o vice-presidente da Força, os primeiros sinais de "arrogância" do PT indicam que haverá dificuldade para um entendimento entre as forças políticas. Ao mesmo tempo, ele sugere que o governo adote medidas econômicas capazes de ampliar o crescimento econômico. "O debate começou mal dentro do governo. Os ministros da Casa Civil (Dilma Rousseff) e da Fazenda (Guido Mantega) sugerem a busca de metas de crescimento, indicam mudanças de rumo, enquanto o presidente do Banco Central (Henrique Meirelles) nega e diz que nada muda", argumenta Bezerra.

Já o presidente da CUT prefere analisar o tema sob a perspectiva acerto entre o governo e os movimentos sociais, inclusive porque a central apoiou a reeleição de Lula. "O fato relevante será a busca de garantias para que o debate nacional sobre o desenvolvimento seja colocado e não negligenciado pela oposição. Independentemente de apoiarem ou não o governo, cobraremos dos parlamentares o comprometimento com as causas dos trabalhadores" disse Silva.

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