Brasília – O coordenador nacional do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), Bruno Maranhão, disse hoje (18) que é falsa a agenda apresentada à imprensa como sendo dele. As anotações apresentariam indícios de que o movimento teria recebido recursos da União para organizar a vinda de cerca de mil integrantes a Brasília. ?A agenda não é minha, a letra não é minha, isso não existe?, afirmou Maranhão, que estaria disposto a realizar um teste grafológico.
Sobre o vídeo divulgado logo após a invasão da Câmara, no qual integrantes do MLST estão reunidos para planejar a entrada na Câmara dos Deputados, Bruno Maranhão admitiu que lideranças visitaram o local antes ?para saber como iam conduzir os integrantes ao Salão Verde?.
De acordo com o coordenador do MLST, essa preparação seria necessária porque as pessoas que não conheciam o lugar. ?O objetivo da reunião era preparar os trabalhadores de várias partes do país para entrar e fazer nosso ato e apresentar nossa pauta de propostas?, reafirmou o integrante da coordenação nacional do movimento, Edmilson Oliveira.
Em entrevista coletiva, Bruno Maranhão disse também que havia conversado com o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, na semana anterior e o informado sobre a intenção de fazer um ato do movimento na Câmara para apresentar as propostas do grupo e entregá-las a Rebelo. ?Quando entrei no Congresso Nacional, eu tinha o sonho de mostrar o que o MLST vem fazendo em termos de reforma agrária.?
Segundo Maranhão, essa foi apenas a primeira de uma série de entrevistas coletivas que pretende realizar por todo o país para esclarecer o incidente ocorrido em 6 de junho na Câmara dos Deputados. Na ocasião houve quebra-quebra e mais de 500 integrantes do movimento foram detidos.
No último sábado, a Justiça determinou a libertação dos últimos 32 integrantes do movimento que estavam no presídio da Papuda em Brasília. Agora, eles vão responder ao processo em liberdade.
