São Paulo (AE) – A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) detectou um aumento generalizado do preço da carne bovina na terceira semana de outubro na cidade de São Paulo. A elevação, que era de 7,8% na ponta ao consumidor na segunda semana do mês, quando foram registrados os novos preços depois do problema da febre aftosa, agora é de 8,4%. No fechamento de setembro, o segmento subia 0,50% e na primeira pesquisa semanal de outubro, 4,6%.
Uma outra forma de observar o aumento de preços do setor é a verificação de que, dos 25 itens que mais contribuíram isoladamente para a inflação de 0,59% da terceira quadrissemana do mês, seis são de carne bovina: coxão mole (5,7%), alcatra (6 95%), contrafilé (6,74%), acém (3,82%), patinho (7,20%) e coxão duro (6,18%). Estes seis itens contribuíram com 0,12 ponto porcentual da inflação de 0,59% no período.
O coordenador do IPC-Fipe, Paulo Picchetti, disse que é difícil prever o comportamento dos preços da carne bovina para as próximas semanas. "O mercado está confuso, apresentando análises diferentes em relação aos efeitos do problema da aftosa sobre os preços. O que temos é a constatação de que os preços não só estão altos, como aceleraram na última semana", disse.
De acordo com Picchetti, a elevação pode estar relacionada à menor comercialização do produto em razão do problema ou simplesmente a um movimento especulativo. "Não arrisco uma previsão sobre as carnes, até porque há incertezas sobre o problema, como, por exemplo, a possibilidade de novos focos", comentou.
Apesar de todos os produtos bovinos estarem em alta, alguns avançaram da segunda para a terceira semana de outubro, enquanto outros desaceleraram na ponta ao consumidor no período: o coxão mole passou de 9,8% para 8,3% e o contrafilé, de 10,5% para 9,7%. Já a alcatra, subiu de 8,9% para 11,4%; o acém, de 6 7% para 7,2%; o patinho, de 8,7% para 10,9%; o coxão duro, de 7 1% para 8,8%; e a picanha, de 6,2% para 7,8%.
Ainda que o aumento das carnes bovinas esteja generalizado, o subgrupo de produtos semi-elaborados, que compreende este segmento, desacelerou da segunda para a terceira quadrissemana de outubro, passando de 1,34% para 1,11%. Este comportamento diferente ocorreu, segundo Picchetti, porque os demais itens que compõem o subgrupo estão em queda ou com preços menores.
O frango, por exemplo, que subia 9,2% no fechamento de setembro, caiu 1,3%, na ponta ao consumidor, na terceira semana de outubro (na primeira, apresentava alta de 9,8% e, na segunda, de 4,9%). Mesmo assim, o frango foi o quinto item que mais contribuiu com a inflação em São Paulo no terceiro levantamento quadrissemanal do mês, com alta de 5,38% e um impacto de 0,05 ponto porcentual.
As carnes suínas também subiram menos no período na ponta ao consumidor, passando de 1,3% no fechamento de setembro para 0,30% na terceira pesquisa semanal da Fipe em outubro (na primeira, avançava 3,9% e, na segunda, 1,4%).