Aftosa não é risco para o consumo humano, garante ministério

Brasília (AE) – Temendo queda no consumo de carnes e leite depois da descoberta de focos de febre aftosa no País, o Ministério da Agricultura divulgou hoje (19) uma nota esclarecendo que a doença não representa risco para a saúde humana. De acordo com o Departamento de Saúde Animal, o consumo de carne não representa nenhum risco para a saúde humana no que se refere à doença. "Em adultos, a infecção clínica é rara e provavelmente está associada a uma sensibilidade excepcional, de origem desconhecida", informaram técnicos da Secretaria de Defesa Agropecuária. De acordo com eles, há consenso na comunidade científica de que "a febre aftosa é uma infecção de animais; o homem é um hospedeiro acidental que raras vezes se infecta e adoece".

Técnico da secretaria admitiu a possibilidade da doença em humanos, mas explicou que a febre aftosa no homem é uma doença que se cura entre uma ou duas semanas. Os sintomas são febre e dor de cabeça, no início. Depois, podem aparecer aftas na boca, mãos e pés. Por se tratar de uma virose, o tratamento é sintomático, ou seja, são utilizados medicamentos para amenizar a febre e as aftas. O tratamento deve ser feito para evitar uma infecção bacteriana secundária. "Pode-se dizer, com segurança, que a febre aftosa é um problema essencialmente econômico e social", informou o departamento.

A infecção foi comprovada em humanos na década de 30, mas os casos são raros, sustenta o ministério. Em todo o mundo, há registro de apenas 40 casos, boa parte deles provocada por acidentes em laboratórios.

O ministério alertou, entretanto, para o risco de ingestão de leite cru, oriundo de vacas enfermas. "Evidências circunstanciais sugerem que crianças podem adoecer se ingerirem leite cru, o que pode ser evitado por meio do consumo de leite pasteurizado ou de leite submetido à fervura, uma recomendação importante para prevenção de muitas outras doenças transmitidas pelo produto", completaram os técnicos

No caso dos animais, os danos são bem mais graves. Eles têm dificuldades em comer e se locomover e perdem peso. Aftas no úbere das vacas não permitem a ordenha ou a amamentação dos bezerros. O pecuarista é obrigado a abater os animais.

Se o rebanho é pequeno, é feito o chamado abate sanitário, ou seja, o lote doente é enviado ao frigorífico para o abate. A carne, nesse caso, pode ser destinada ao consumo humano. No caso dos focos surgidos em Mato Grosso do Sul, o tratamento é outro porque se tratam de grandes rebanhos. Lá, os animais estão sendo sacrificados e enterrados em valas. O ministério esclareceu ainda que o papel mais importante do homem em episódios de febre aftosa é a possibilidade de transmissão indireta do vírus a animais sadios por meio de roupas, calçados e mãos contaminadas, já que o agente pode sobreviver durante vários dias no meio externo.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo