O governo sempre dá um jeito de atender aos clamores da produção agropecuária, afinal, um dos setores da economia que mais depressa responde às expectativas de crescimento do mercado externo. Foi assim ao longo dos primeiros três anos do mandato de Lula, razão fundamental para não se abandonar à própria sorte um vasto complexo de investimentos, submetido às instabilidades dos meios econômico-financeiros globalizados.

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A pressão dos agricultores foi também levada em conta, além do visível desconforto do ministro Roberto Rodrigues, nas últimas semanas alguém com a aparência de estar com o pedido de exoneração assinado e pronto para ser entregue ao presidente da República. Tudo isso levou o governo a liberar um terceiro pacote de medidas de amparo à agricultura ao anunciar a disposição de gastar R$ 13,4 bilhões do Tesouro e elevar para até R$ 15,2 bilhões o impacto fiscal num horizonte de cinco anos.

Uma parte dos créditos de custeio da safra 2005/2006, o financiamento que o agricultor pegou no banco para fazer o plantio, teve rolagem automática por quatro anos, bem como foram refinanciadas por mais cinco anos as parcelas dos dois últimos anos e já prorrogadas desde 2005, com a moratória de seis meses para a execução das dívidas vencidas e a inclusão dos produtores no cadastro de inadimplentes da União (Cadin).

Com a diminuição do arrocho o produtor rural terá alívio momentâneo da carga do compromisso financeiro contraído para o plantio da safra colhida esse ano, marcada por enorme frustração em face da longa estiagem e pela grande diferença recente entre o custo de produção e os preços pagos pelos produtos, tendo em vista a apreciação da moeda nacional em relação ao dólar norte-americano.

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Mesmo assim o desânimo de muitos agricultores é palpável e a primeira conseqüência é a intenção de diminuir a área plantada, pelo temor de perdas maiores no futuro. O próprio governo trabalha com a hipótese de um corte de até 5% da área plantada, embora seja muito cedo para estimar o indicativo real das intenções de plantio na próxima safra.

Uma luz, porém, foi acesa. O governo vai destinar R$ 50 bilhões para financiar operações de crédito de custeio, investimento e comercialização da safra 2006/2007, que começa a ser plantada em julho. Ao fim e ao cabo, a confirmação da crença no potencial da agropecuária brasileira.

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