Faltam poucos dias para o referendo sobre a nova Constituição da Venezuela, a votação será domingo, e o fato em destaque no noticiário internacional – de acordo com pesquisas de opinião pública – é a ascensão do voto negativo à pretensão do presidente Hugo Chávez ser reeleito sem limites.

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A tendência mostra nada mais que a insatisfação de parte da sociedade com as atitudes recentes do chefe de governo, cuja ansiedade de se perpetuar no poder afronta princípios democráticos não apenas da população local, mas o patrimônio político-cultural conquistado pela maioria das nações livres do planeta.

Pisotear o nivelamento com nações avançadas, apesar das voltas inesperadas do ambiente político e, mesmo, o intervencionismo oportunista de líderes de fancaria, caracteriza um retrocesso inaceitável nos meios civilizados, tendo em vista o vasto potencial das perdas institucionais para todo um povo.

Sondagens realizadas ao longo da semana indicam que o ?não? está crescendo no sentimento dos eleitores venezuelanos, levando alguns pesquisadores a supor que o presidente Hugo Chávez poderá amargar o dissabor da derrota. Entretanto, há também pesquisas indicando o contrário, ou seja, que sua vontade vai prevalecer. Todavia, os confrontos armados entre apoiadores e dissidentes, que têm requerido a intervenção de forças policiais, infelizmente já com uma vítima fatal e centenas de feridos, tornam inequívocas as fissuras que acirram o divisionismo político venezuelano.

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Ao passo que perde o respeito de uma parcela considerável de seus concidadãos, Chávez continua a alastrar o círculo de aversão e repúdio em países vizinhos, como a Colômbia, e ainda em horizonte mais distante, a Espanha. O presidente teria ordenado o congelamento das relações diplomáticas do país com o governo presidido pelo ministro José Luis Zapatero.

Não é por outro motivo que segue repercutindo na imprensa mundial o pito do rei Juan Carlos em plena Cúpula Ibero-Americana, em Santiago do Chile, quando em meio a uma de suas chorumelas, o coronel venezuelano ouviu do monarca um sonoro ?Por que não te calas!?.

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Em relação à Colômbia, Chávez foi proibido pelo presidente Álvaro Uribe (e nem era necessário) de imiscuir-se em problemas internos do país. Em política externa Chávez está reprovado.