Policiais da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas prenderam nesta quarta-feira (23) dois africanos acusados de aplicar o golpe do ?dólar pintado? em uma organização não-governamental em Curitiba.
Assane Seidou, 41 anos, nascido na cidade de Cotonou, na República de Benin, no centro-oeste do continente africano, e Metogbe Armel Ayihou, 26, sul-africano, da cidade de Bem, foram presos numa lanchonete no centro da cidade depois de conseguirem trocar supostas notas de dólares pintadas de preto, que valeriam cerca de US$ 1,2 milhão, por R$ 11 mil com a ong curitibana ?SOS Cultura?.
?Este já é o segundo caso registrado no país em pouco tempo. Os golpistas procuram uma vítima e argumentam que na transação é normal o dólar estar pintado de preto para que possa entrar no país ilegalmente. Depois eles pedem uma quantia em real para que possam comprar os químicos que irão limpar o dólar e desaparecem com seu dinheiro?, disse o delegado chefe da DEDC, Marcus Vinícius Michelotto. Segundo ele, este é o segundo caso deste golpe registrado no Brasil desde 2005 quando outros estrangeiros foram presos em São Paulo.
De acordo com Michelotto, o golpe começou quando a ong recebeu um e-mail de uma pessoa que se identificou como um coronel do exército francês aposentado, chamado Gerard Zanin. A polícia contou que francês teria oferecido US$ 1,2 mi como doação para Ong.
?O e-mail oferecia um milhão e duzentos mil dólares em doações e avisava que o braço direito, no Brasil, do suposto coronel, era Assane?, explicou o delegado. A polícia ainda informou que para liberar o dinheiro para a Ong, os golpistas pediram R$ 56 mil, mas chegaram a um acordo, onde ficou fixado um valor de R$ 11 mil.
?Eles acertaram os detalhes em três encontros. Dois em São Paulo e um em Brasília?, contou. Segundo o delegado, num destes encontros, foi mostrado para o representante da ong como as notas de dólares seriam entregues. ?Eles fizeram uma demonstração. Pegaram uma nota de dólar e pintaram de preta, depois lavaram a nota na frente do representante da ong?, explicou Michelotto. Há dois dias, em Curitiba, aconteceu a troca, a ong desconfiou que fosse um golpe e foi até a polícia que, prontamente, alertou de que se tratava de um golpe.
?Começamos a investigação após a denúncia. O representante da ong recebeu uma mala cheia de notas pretas. Mas os africanos avisaram a vítima que ele teria que comprar um líquido químico especial para limpar as notas, o que custaria mais R$ 32 mil?, contou Michelotto.
Quando Assane e Metogbe voltaram, nesta quarta-feira (23), para Curitiba, para vender o líquido, a polícia os prendeu. ?A venda se realizaria numa lanchonete no Centro de Curitiba, onde os prendemos?, disse o delegado. Os dois presos estão na DEDC. Os consulados já foram avisados. Assane tinha visto para ficar 90 dias no Brasil e Metogbe não portava passaporte e já foi preso pela Polícia Federal em Goiás por distribuição de dinheiro falso.