O governador em exercício de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL-SP), defendeu hoje (7) o afastamento do presidente da Câmara Federal, Severino Calvalcanti (PP-PE) até que sejam apuradas as denúncias de recebimento de propina de R$ 10 mil mensais, batizada de mensalinho. Ele afirmou que a possibilidade de a iniciativa de afastamento partir do próprio Cavalcanti é uma questão pessoal, embora seja "eticamente bom que as pessoas se licenciem durante uma investigação".

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Lembo disse que Severino "terá situações bastante complexas para resolver" no retorno de sua viagem a Nova York, onde participa até sexta-feira da Segunda Conferência Mundial de Presidentes de Parlamentos, promovida pela ONU.

O governador em exercício se referia à intenção do líder de seu partido, José Carlos Aleluia (PFL-BA), junto com outros partidos de oposição, de encaminhar uma representação ao Conselho de Ética da casa para que Cavalcanti seja afastado do cargo até o fim das investigações. Ele lembrou a ocorrência com o chefe da Casa Civil do governo Itamar Franco, Henrique Hargreaves, que foi afastado do cargo assim que surgiram denúncias contra ele, retornando depois que nada foi provado.

Sobre a possibilidade de o primeiro vice-presidente da mesa da Câmara, José Thomaz Nonô (PFL-AL), assumir o posto de Cavalcanti, tornando-se o primeiro lugar na linha de sucessão da Presidência da República, Lembo considerou que é o parlamentar é uma figura de alta qualidade, pertencente ao Ministério Público de Alagoas e com grande capacidade intelectual e jurídica. "É um dos melhores elementos da Câmara Federal hoje. Tenho o maior respeito por ele como parlamentar e como homem público. Seria portanto um nome com qualidade."

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Lembo representou o governador Geraldo Alckmin no desfile cívico do Dia da Independência, no Sambódromo do Anhembi em São Paulo, que começou às 10h e terminou por volta do meio-dia, com um público de cerca de 30 mil pessoas.

Ele classificou como naturais e democráticos os protestos ocorridos no evento, do Sindicato dos Funcionário da Febem e dos estudantes das universidades estaduais que estão em greve há duas semanas. O governador Alckmin deve chegar a São Paulo amanhã (8) pela manhã, de uma viagem a trabalho à Alemanha e Líbano, que, segundo Lembo, já estava programada.

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