Entra em operação nesta semana, em São José dos Campos (SP), um dos maiores túneis de vento hipersônico do mundo. Batizado de T3 esse dispositivo reproduzirá as condições que aviões e naves espaciais enfrentam em vôos hipervelozes – de 8,5 quilômetros por segundo (25 vezes a velocidade do som) – e abrirá caminho para a criação de aeronaves mais leves, baratas e rápidas. O T3 tem 24 metros de comprimento por 15 centímetros de diâmetro e fica num dos laboratórios do Comando Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA), da Aeronáutica.

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O túnel de vento testa veículos aéreos sem fazê-los voar. Uma versão reduzida da nave é colocada numa extremidade do túnel. O veículo fica parado. O ar é jogado contra ele a velocidades altíssimas, o que faz com que passe pelas mesmas situações de um vôo. Os ventos são chamados de supersônicos quando superam a velocidade do som (340 metros por segundo no nível do mar). Se passam de seis vezes a velocidade do som, são hipersônicos – é o caso do T3.

Esse tipo de observação permite saber, por exemplo, que formato uma espaçonave deve ter e com que material deve ser construída. Se não tiver a aerodinâmica certa, a nave pode ricochetear de volta para o espaço ao tocar a atmosfera da Terra. Se não for feita com o material adequado, pode derreter ao entrar na atmosfera.

Já está dentro do T3 uma réplica do satélite brasileiro Sara, que deverá levar experimentos científicos ainda neste ano ao espaço. O Sara tem um sistema de proteção contra superaquecimento durante a reentrada na atmosfera que foi desenvolvido graças aos experimentos realizados no T1 e no T2, o ?avô? e o ?pai? do túnel recém-inaugurado. Esses dois dispositivos são mais curtos que o T3, com respectivamente 6 e 14 metros.

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