Aécio diz que nenhuma empresa de Valério participou de campanha

A assessoria do governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), informou ontem (27) que nenhuma empresa do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza participou, direta ou indiretamente, da campanha de 2002, que foi produzida por um comitê próprio, integrado por profissionais contratados no mercado. Segundo a assessoria, nem Valério nem as empresas dele participaram da parte de comunicação, nem da coordenação financeira ou política.

Ouvidos pela reportagem, três publicitários e dois deputados ouvidos afirmam que a agência de publicidade SMP&B atuou na captação de recursos – oficiais ou não – nas campanhas de Aécio para governador, em 2002, do presidente nacional do partido, senador Eduardo Azeredo, também a governador, em 1998, e do ex-candidato a prefeito de Belo Horizonte João Leite, em 2002.

Um dos coordenadores da campanha do governador de Minas Gerais, Herculano Anguinetti – atual secretário de Turismo do Estado e citado por Valério no depoimento à Polícia Federal (PF) como um dos políticos com quem tinha contato freqüente -, era visto sempre na agência e fez viagens com um dos sócios da SMP&B Cristiano Paz, para levantar recursos à campanha. Segundo a assessoria de Aécio, Anguinetti não coordenou nenhuma área da campanha de 2002. Nesta semana, a SMP&B divulgou um comunicado afirmando de que fez doações "por fora" para políticos nas eleições de 1998.

A empresa montou uma equipe de criação respeitada no mercado mineiro. Mas, desde a origem, manteve ligações estreitas com verbas eleitorais e contas públicas. Durante as eleições, arrecadava dinheiro com alguns dos clientes e outras empresas. Depois, repassava para políticos ou coordenadores de campanhas – e alguns deles declaravam apenas parte do valor total recebido. A agência, em contrapartida, recebia uma comissão. Os valores que cada parte envolvida recebia eram acertados antes da liberação do dinheiro.

O coordenador do PSDB na campanha de Leite, Paulo Menicucci, admitiu – depois de jurar que a acusação era mentirosa – que sacou das contas da SMP&B R$ 205 mil vindos da empresa Usiminas, cliente da agência que fez doações para campanhas. Pela assessoria, Paz afirmou que não participou de reuniões, nem levantou verbas de campanha.

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