O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), disse hoje que não acredita na realização de reforma política ampla, mas que concorda que esta teria de ser aprovada ainda este ano.
"É a última chance para que saia nesse mandato porque é um ano sem eleições", avaliou. Entre os pontos da reforma que deveriam ser considerados, conforme Neves, estão a fidelidade partidária, o financiamento público de campanhas e a cláusula de barreiras.
Por esta última regra, os partidos têm de ter, no mínimo 2% da votação nacional e eleger deputados em pelo menos cinco Estados para continuar existindo.
"São avanços que seriam extremamente importantes para nós vivermos num quadro partidário mais sólido, mais representativo das várias expressões da sociedade brasileira e menos pulverizado", afirmou.
Segundo ele, a pulverização partidária "não é uma boa companhia" nas discussões de questões fundamentais ao País e aos Estados. "(A pulverização) faz com que as negociações deixem de ser feitas partidariamente e passem a ser feitas quase que individualmente", afirmou acreditar.
Neves disse que o PSDB apoiará a mudança política, sobretudo nestas três questões, mas deixou claro que o processo tem de ser comandado pelo governo federal.
"É preciso que o governo federal assuma o comando dessa negociação. Aí, nós vamos assistir até que ponto o governo estará disposto até mesmo a contrariar interesses de alguns partidos que hoje lhe dão sustentação", concluiu.