AEB projeta desaceleração nas exportações, com alta de 2,8% em 2006

São Paulo – A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) tem estimativas pouco animadoras para a balança comercial em 2006. A entidade projeta alta de 2 8% nas exportações, para US$ 122,1 bilhões, uma forte desaceleração quando comparada ao crescimento das vendas externas registrado em 2005 (ao redor de 23% ante 2004). O aumento estimado das importações para 2006 é de 9% sobre 2005, para US$ 80,3 bilhões. Esses números resultam em superávit comercial 7,3% inferior ao de 2005 (estimado em US$ 45,0 bilhões), em US$ 41,7 bilhões.

Os produtos básicos e semimanufaturados serão os responsáveis pelo pequeno aumento (2,8%) previsto para as exportações, segundo o diretor-executivo da AEB, José Augusto de Castro. Para ele, as vendas de manufaturados, ao contrário, devem cair. A entidade estima que, em 2006, as vendas externas de básicos crescerão 8% ante 2005, para US$ 37,6 bilhões. Os semimanufaturados terão alta de 3,9% para US$ 16,5 bilhões, enquanto as vendas de manufaturados cairão 0,4%, para US$ 65,3 bilhões.

Na ponta importadora, a AEB estima crescimento de 15,6% nas compras de bens de capital em 2006, para US$ 17,8 bilhões. A aquisição de matérias-primas e bens intermediários no Exterior deve atingir US$ 42 bilhões, uma variação positiva de 10,5% ante 2005. O crescimento estimado pela AEB para as importações de bens de consumo é de 14,1% sobre 2005, para US$ 9,5 bilhões, enquanto as compras externas de combustíveis e lubrificantes devem cair 8,1%, para US$ 10,9 bilhões.

O real apreciado levou cerca de 1.000 pequenas e médias empresas brasileiras a deixarem de exportar, um cenário que deve se manter em 2006, segundo as projeções da AEB. "As exportações de manufaturados abaixo de US$ 300 mil, realizadas por pequenas e médias empresas, mostram clara perda de fôlego, situação que também deverá ocorrer, de forma pontual, com outras grandes empresas exportadoras de produtos manufaturados", afirmou o executivo.

O pior desse quadro, de acordo com Castro, é que a queda da participação das empresas de menor porte na pauta exportadora torna "inócuos os esforços e investimentos públicos e privados desenvolvidos para conquistar mercados externos, além de jogar por terra a incessante busca para a criação da cultura exportadora", finalizou o executivo.

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