Brasília (AE) – O escândalo do mensalão já produziu dois pedidos de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, protocolados nos últimos dias na Câmara. Os pedidos serão analisados pelo presidente da casa, Severino Cavalcanti (PP-PE), que tem o poder de arquivá-los se considerar que não há argumentos suficientes para criar uma comissão especial para dar andamento aos processos.
O advogado Gildson Gomes dos Santos, de Ribeira do Pombal (BA), argumenta que o presidente cometeu crime de responsabilidade. "A prova de que o denunciado (Lula) tomou conhecimento e está envolvido no mensalão e sobre ele se omitiu e vem se omitindo é acachapante", escreve o advogado no pedido de impeachment.
O advogado Aylton Ferraz Freitas, do Guarujá (SP), também acusa o presidente por crime de responsabilidade. Ele escreve no pedido que Lula "é acusado de prevaricação ao deixar de tomar providências" sobre as denúncias publicadas a respeito do chamado mensalão.
Lula já foi alvo de outros pedidos de impeachment. Neste ano, o líder do PSDB na Câmara, Alberto Goldman (SP), entrou com representação pedindo o impeachment de Lula por causa do discurso do presidente feito no Espírito Santo. Na época Lula havia declarado que um alto funcionário lhe havia dito que encontrara corrupção no BNDES. No discurso, Lula disse para o funcionário não contar aquilo para ninguém. Em março de 2005, Severino arquivou o pedido.