Uma fábrica de bolas estava a serviço do crime organizado. O Ministério Público Estadual (MPE) suspeita que drogas, armas e telefones celulares entravam em uma dezena de presídios do Estado de São Paulo por meio de bolas costuradas pelos presos. A empresa que as fazia se valia da mão-de-obra de detentos e era de propriedade do advogado Eduardo Diamante e do preso Bruno Cesar Pascini
Diamante foi preso na semana passada sob a acusação de servir de pombo-correio para a cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC). Entre as tarefas que ele é acusado de desempenhar está a entrega de R$ 15 mil e de três telefones celulares para líderes do PCC detidos na Penitenciária 2 (P2) de Presidente Venceslau. O material entrou na cadeia por meio de um agente penitenciário
O Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) descobriu que o endereço da empresa, a Diamante e Pascini Ltda., na Junta Comercial é frio. A empresa teria sua sede em Tarabaí, no Oeste paulista. "Há informações de que drogas, celulares e armas entravam nas bolas dentro dos presídios", disse o promotor José Reinaldo Guimarães
As bolas recebiam acabamento feito pelos presos. Quando apresentavam defeito, elas retornavam para novos arremates. Era então que os objetos chegavam nas bolas
O Gaeco pediu à Secretaria Estadual da Administração Penitenciária (SAP) que tome providências contra a empresa
A SAP informou ontem que suspendeu as atividades da empresa nas penitenciárias logo após a prisão do advogado