O promotor de Justiça do município de Marapanim (PA), Fabrício Ramos Couto, de 37 anos, foi morto nesta sexta-feira (24) dentro de sua sala no Fórum da cidade com vários tiros pelo advogado João Bosco Guimarães. A vítima atuava havia dez anos na comarca e tinha denunciado Guimarães por tentativa de homicídio contra um ex-vice-prefeito do município em 1999. Couto provocou a revolta de Guimarães quando decidiu imprimir agilidade ao processo.
O criminoso foi preso em flagrante por soldados da Polícia Militar e levado para Castanhal, a 70 quilômetros de Marapanim, onde prestou depoimento. Segundo testemunhas, Guimarães entrou no Fórum e perguntou onde era a sala do promotor, seguindo direto até seu gabinete, onde entrou atirando. "Matei, vou ficar preso e sei que ele vai ficar preso também, mas lá embaixo da terra", afirmou o acusado. O advogado Valério Guimarães esteve na delegacia de Castanhal para saber detalhes do crime e providenciar a defesa de seu cliente.
O procurador-geral de Justiça no Pará, Francisco Barbosa de Oliveira, repudiou o assassinato, dizendo que todo o judiciário paraense está perplexo e abalado com o crime. Ele esteve em Castanhal, acompanhando a necropsia de Couto. A seção do Pará da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgou nota à imprensa condenando a atitude do advogado e informando que esse tipo de posicionamento não reflete a postura dos advogados paraenses. O presidente da Ordem, Ophir Cavalcante, disse que vai acompanhar o caso, inclusive com intervenção do Tribunal de Ética e Disciplina (TED) para penalizar o advogado pela atitude violadora dos preceitos éticos e disciplinares a que todos os advogados estão submetidos.
