O advogado espanhol que participou da defesa de Saddam Hussein, Javier Saavedra, disse que o julgamento que terminou com a condenação à morte do ex-ditador iraquiano foi uma "farsa" e criticou o procedimento da execução, segundo uma entrevista publicada hoje pela imprensa uruguaia. Saavedra, que está em férias no balneário uruguaio de Punta del Este, declarou ao jornal El Observador que "foi um julgamento absolutamente corrompido" e que "não cumpriu os requisitos que qualquer europeu ou americano exige nos tribunais".

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O advogado garantiu que "era uma sentença que já se conhecia, uma brincadeira", e que o próprio Saddam sabia que "tratava-se de uma farsa". Segundo Saavedra, a defesa do ex-ditador queria que "houvesse um tribunal internacional com juízes não europeus, para que não fosse etnocêntrica, mas árabe", e com "advogados escolhidos pela família de Saddam".

Em relação à gravação e difusão de um vídeo do instante em que Saddam foi enforcado, o advogado afirmou que "se a execução é algo detestável, asqueroso, rir, gravar, enviar e permitir tudo isso é algo que simplesmente demonstra quem o estava fazendo". "O maior ditador do mundo também é um ser humano e tem direito ao ato mais íntimo de sua vida, que é a morte", observou.

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