Belo Horizonte – O advogado Marcelo Leonardo, que representa Marcos Valério Fernandes de Souza, disse hoje (08) que a declaração do ex-secretário-geral do PT, Silvio Pereira, segundo a qual o empresário mineiro pretendia arrecadar com o PT o montante de R$ 1 bilhão durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contém uma "fantasia". "Esse número é uma fantasia. Os fatos já foram explicados nos depoimentos anteriores", afirmou o advogado ao Estado.

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Leonardo sugeriu que seu cliente não deverá se dispor a comparecer à CPI dos Bingos, caso seja convocado para um novo depoimento no Congresso. "Entendo que o assunto objeto da entrevista já foi examinado pelas duas outras comissões (CPI dos Correios e do Mensalão) e atualmente está no Supremo Tribunal Federal. Não é o assunto o objeto do fato que levou à constituição da comissão que continua funcionando".

Para o advogado, a eventual convocação é algo "improvável". Em entrevista à rádio CBN, ele disse que não acredita numa nova intimação para que Valério preste depoimento. "Eu não diria que ele vai. Ele atende a todas as convocações, desde que elas sejam legais e próprias".

Embora tenha evitado se pronunciar sobre a entrevista dada por Pereira ao jornal O Globo, Leonardo considera que as declarações do ex-dirigente petista não trouxeram, "essencialmente, nenhum fato novo" ao escândalo.

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Pereira deixou o PT em julho do ano passado, após a descoberta de que ele havia recebido um jipe Land Rover da empresa GDK, que tem negócios com a Petrobrás. Ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) como o integrante do "núcleo principal da quadrilha", montada para angariar ilicitamente apoio ao governo Lula no Congresso e que tinha como chefe o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu. "Na verdade, apenas o número é uma fantasia nova trazida na entrevista. Mas os fatos não têm nenhuma novidade", insistiu Leonardo.

O ex-secretário-geral do PT afirmou também que o partido virou refém de Valério, "que estabeleceu canais próprios com petistas e com não petistas". Disse ainda que as fontes do mensalão eram "muitas empresas", que se associavam em consórcios, mas não detalhou quantas ou quais seriam essas empresas.

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Silêncio 

Orientado por sua defesa, Valério mantém o silêncio. hoje, por meio de sua assessoria de imprensa, divulgou nota reiterando que não irá comentar a entrevista de Silvinho, como é conhecido o ex-dirigente petista.

O empresário destacou que os "esclarecimentos acerca de sua relação com o PT foram prestados em mais de 50 horas de depoimentos às autoridades". Ele citou a Polícia Federal (PF), CPI’s e Procuradoria Geral da República. E disse que em todas as ocasiões "forneceu as informações que lhe foram solicitadas".