A advogada Ariane dos Anjos, que tem vários clientes integrante da organização criminosa do Primeiro Comando da Capital (PCC) e presta depoimento à CPI do Tráfico de Armas, reconheceu que forjou um documento para tentar obter autorização para fazer visitas íntimas a um preso identificado como Donizete Antonio de Oliveira, em 2005.
Donizete, segundo deputados da CPI, ocupava na época o mesmo pavilhão onde estava preso o chefe do PCC, Marcos Camacho, o Marcola. Para entrar no presídio – cujo nome ainda não foi revelado pela CPI – como visitante e não como advogada, Ariane assinou um termo declarando que convivia maritalmente com Donizete há mais de dois anos. A informação era falsa e gerou a abertura de um inquérito na delegacia de Presidente Prudente. "Menos de duas semanas depois de mandar esta documentação, eu desisti porque achei que não havia motivo para tentar a autorização", afirmou Ariane.
Ela disse que na verdade teve um relacionamento de apenas dois ou três meses com Donizete e não explicou porque forjou o documento. "Acho que fui meio burra", disse a advogada. Para o relator da CPI, Paulo Pimenta (PT-RS), Ariane tentou entrar no presídio como visitante para ter acesso mais facilmente aos integrantes do PCC já que Donizete estava no mesmo pavilhão de Marcola.
A advogada insiste em negar qualquer colaboração com a facção criminosa ou participação no assassinato do juiz corregedor Antonio Machado José Dias, em março de 2003. A advogada revelou ter sido casada por dois anos com o agente penitenciário Evandro Castelucci Arantes, que foi demitido do serviço público depois de responder a processo por infrações cometidas durante o trabalho. O depoimento de Ariane à CPI do Tráfico de Armas já dura quase três.