São José dos Campos, SP (AE) – Cem adolescentes infratores da unidade da Fundação para o Bem-Estar do Menor de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, se rebelaram e fizeram sete funcionários reféns na noite de ontem (17). Durante duas horas de motim os funcionários foram agredidos e mantidos sob ameaças de morte. Os amotinados não apresentaram reivindicação.
A revolta começou por volta das 20 horas, depois que os menores receberam o lanche da noite e se preparavam para assistir a um filme. A exibição faria parte do trabalho social da Ong Mamulengos com os menores. "A gente tinha pagado o lanche e quando o filme ia começar, de repente, eles se levantaram e começara a quebrar tudo. Bateram na gente com ferro e pegaram uns de reféns", contou um agente que pediu para não ser identificado, no momento em que saía da unidade para ser levado ao Pronto-Socorro.
Os menores quebraram cadeiras, móveis, telão e computadores. Depois atearam fogo em alguns colchões. Do lado de fora eram ouvidos os gritos e as batidas de ferro. A Polícia Militar foi acionada e acompanhou as negociações feitas pelos próprios agentes. "Quando eles souberam que a polícia já estava no local trataram de negociar com os agentes e o motim acabou se resolvendo", informou o coronel da PM que estava no local, Cláudio Miguel Marques Longo.
Por volta das 22h30 os agentes começaram a ser libertados. A assessoria de imprensa da Febem informou que nem todos os adolescentes participaram da ação e que treze foram identificados como os autores das agressões. Um dos internos, apontado como líder do motim, tem 18 anos e foi retirado da unidade e encaminhado ao Centro de Detenção Provisória de São José dos Campos.
Inaugurado em maio do ano passado para servir de exemplo no trabalho de recuperação de menores infratores, o chamado Centro Sócio-Educativo Tamoios já teve quatro diretores e foi palco de pelo menos três motins.
