O adiamento do julgamento de Suzane von Richthofen e dos irmãos Daniel e Christian Cravinhos representou um enorme prejuízo para os cofres públicos. Pelo menos 40 servidores, 6 oficiais de Justiça, 50 policiais militares foram envolvidos na preparação do júri, além de vários carros oficiais e outros profissionais. O cartório do 1º Tribunal do Júri concentra-se no planejamento dessa sessão há cerca de um mês

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Além disso, foi comprada comida para todos os jurados e réus. Houve atraso indireto do andamento dos processos. Cinco júris poderiam ter sido feitos – um por dia – no plenário 10 do Fórum Criminal da Barra Funda, reservado por cinco dias para o julgamento de segunda-feira. Juízes emprestaram funcionários de suas varas para ajudar nos preparativos e não puderam fazer audiências

?Enquanto a ré não está algemada, essa presidência ficou algemada. Sem possibilidade de conduzir dignamente os trabalhos.? Foi com essa frase que o juiz Alberto Anderson Filho presidente do 1º Tribunal do Júri, encerrou a sessão, sem a instalação do júri popular, às 16h20 de segunda-feira

"Resultado vazio" – Visivelmente constrangido com a atuação da defesa, o magistrado destacou o desperdício que o Estado teve com o adiamento do julgamento. Lembrou dos funcionários, policiais militares que fizeram a escolta e a segurança do fórum imprensa e as 240 pessoas que lotavam a platéia. ?Todos vieram até aqui para ver um resultado vazio. Ficou claro que a intenção da defesa era não realizar esse julgamento.? O juiz não revelou o custo de todo o aparato.

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Anderson Filho também lamentou a decisão de o Tribunal de Justiça não permitir a transmissão ao vivo da sessão. ?A idéia de permitir jamais foi transformar isso num espetáculo. Era para dar a transparências aos atos do judiciário.? Na opinião dele, se a transmissão tivesse sido autorizada, o público entenderia por que a Justiça é morosa e que tudo o que aconteceu na sessão de segunda-feira não ficaria restrito às pessoas presentes