Balanço divulgado na tarde desta sexta-feira (6) pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) mostrou que o número de bancários que aderiram à greve nacional por tempo indeterminado apresentou pequena redução, em relação a ontem, primeiro dia de paralisação. De acordo com a Contraf, que integra a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e representa cerca de 450 mil bancários, há cerca de 185 mil trabalhadores parados em 24 Estados, além do Distrito Federal, contra os 190 mil de ontem.
Apesar desta ligeira redução no País, considerada como quadro estável pela Contraf, o mais recente balanço do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região apontou que houve pequeno aumento da adesão na região de abrangência do sindicato, que conta com cerca de três mil locais de trabalho e 106 mil bancários. Até as 16h30, cerca de 40 mil trabalhadores, distribuídos em 521 locais de trabalho, entre agências e centros administrativos, participavam do segundo dia de greve. No primeiro balanço de hoje, fechado às 13 horas pelo sindicato, mais de 28 mil trabalhadores estavam parados em 454 locais de trabalho. Ontem, o balanço final do primeiro dia na região apontou que mais de 39 mil bancários ficaram parados em 517 locais.
Até as 16h30 de hoje, o sindicato verificou que 92 locais estavam parados no centro da capital paulista, 51 na região da Avenida Paulista, 135 na zona leste, 84 na zona oeste, 43 na zona sul, 44 na zona norte e 72 na região de Osasco. A categoria que tem data-base em 1º de setembro, não aceita a proposta de reajuste salarial feita pelos bancos. Os trabalhadores reivindicam aumento de 7,05%, além da reposição da inflação. Já a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), braço sindical da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), ofereceu, até a mais recente rodada de negociação, reajuste de 2,85%, que repõem apenas a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Quanto à Participação nos Lucros e Resultados (PLR), os bancários reivindicam participação de 5% no lucro líquido dos bancos para todos os trabalhadores, mais um salário bruto acrescido de R$ 1.500. Do outro lado, as instituições financeiras ofereceram PLR de 80% do salário, mais R$ 816. Nos bancos que tivessem crescimento de 20% ou mais no lucro líquido, haveria adicional de R$ 750.
Desde ontem, a posição da Fenaban é de aguardar uma nova proposta dos bancários. Segundo a assessoria de imprensa da federação, os trabalhadores não enviaram, até o momento, comunicado oficial com uma contra-proposta. De acordo com o sindicato, até o final da tarde de hoje, dirigentes do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal negociam com os representantes dos trabalhadores questões específicas dos funcionários desses bancos, como planos de cargos e salários e caixas de assistência, além da participação nos lucros e resultados.
Ainda hoje, a partir das 17 horas, os bancários fazem assembléia na quadra do sindicato, localizada na região central da capital paulista, para decidir sobre a continuidade da greve na região de abrangência do sindicato. Após estes dois eventos, o sindicato paulista deverá divulgar à imprensa o balanço final do dia, assim como o posicionamento sobre a manutenção. Quanto ao restante do País, a Contraf também confirmou que novas assembléias deverão ocorrer até o período da noite de hoje.