Começou nesta terça-feira (24) pela manhã, no fórum do município de Loanda, região Noroeste do Paraná, o julgamento do pistoleiro acusado pelo assassinato do trabalhador rural sem terra Sebastião da Maia. Ele foi assassinado no dia 17 de novembro de 2000, em uma emboscada na  Fazenda Água da Prata – já conhecida pelo seu histórico de violência. Os trabalhadores transitavam por uma estrada rural quando foram atacados. Durante a emboscada, o lavrador foi assassinado com vários tiros, um deles na cabeça. Outro trabalhador também ficou ferido.

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O júri está sendo presidido pela juíza Elizabeth Khater enão tem hora prevista para terminar. Até o início da tarde, o acusado José Luis Carneirom já havia prestado depoimento e estavam sendo ouvidas agora as testemunhas de acusação, Pedro Carvalho e Luciano Cabral.

Segundo a integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Solange Engelmann, lembrou que hoje é mais uma tentativa de realização do julgamento, que foi marcado pela primeira vez para o dia 27 de outubro de 2005 e adiado porque o advogado do réu José Luis Carneiro renunciou 15 dias antes.

Depois foi agendado para o dia 10 de agosto de 2006, mas o defensor responsável pelo caso também renunciou na véspera do julgamento,  e  outros doisdefensores nomeados pela Juíza, também renunciaram. No dia do terceiro julgamento marcado para o dia 21 de setembro, desteano, apresentou-se o advogado Itacir Biazus que informou ser defensor do réu, a pedido dos proprietários da fazenda Água da Prata, e solicitou prazo para estudar o processo, sendo o júri novamente adiado.

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De acordo com dados da  ONG Terra de Direitos e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, de 1985 a 2005 ocorreram no Brasil 1.063 conflitos com morte. Foram assassinadas 1.425 pessoas, entre trabalhadores, lideranças sindicais ou de movimentos e agentes de pastoral. Destes crimes contra os trabalhadores, 78  foram julgados. Foram condenados  67 executores e 15 mandantes.