A volatilidade do comércio internacional e suas causas são, na maioria das vezes, tão subjetivas que desafiam a capacidade dos analistas mais argutos. O dado emergente do imenso painel de desavenças acaba de chegar da União Européia, onde um grupo de associações agrícolas da Inglaterra e Irlanda demandou o ombudsman da instituição, segundo o jornal Valor Econômico, para reclamar de má administração em determinadas instâncias do bloco.

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A acusação foi feita em relação ao comissário de Saúde e Proteção do Consumidor, o grego Markos Kyprianou, que teria permitido a entrada de carne brasileira na Europa, interferindo no direito dos produtores locais. Todavia, os primeiros rumores dão conta da inegável perplexidade instalada entre funcionários de alto nível do bloco, porque ninguém conseguiu identificar com precisão as razões fundamentais da queixa contra a carne brasileira.

Para muitos, a causa do novo ressentimento contra os produtores brasileiros estaria no fato de que seu produto tem custo inferior ao que sai das granjas localizadas no espaço territorial da União Européia.

Um representante das citadas associações chegou ao extremo de afirmar que o comissário de Saúde e Proteção do Consumidor é ?excessivamente tolerante com os riscos trazidos pela carne brasileira?, acrescentando que o produto é de baixa qualidade e mais barato que o similar europeu.

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Esse parece ser o ponto nodal da questão. O setor de exportação de carne confirmou que a eficiência dos produtores brasileiros permite que os cortes mais nobres cheguem ao varejo europeu a preços até oito vezes menores, tornando a carne produzida no Brasil muito mais atrativa para o consumidor.

Parte do contencioso levantado por criadores ingleses e irlandeses alude às ?evidências de risco? da carne brasileira para a saúde humana e animal, referência tratada como disparate, de acordo com a visão dos principais frigoríficos estabelecidos no País.

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O Brasil tornou-se o maior exportador mundial de carne, suplantando os volumes fornecidos ao mercado externo pela Austrália e Estados Unidos. Portanto, torna-se óbvio o estrilo oriundo do velho continente…