Acordo pode evitar julgamento de sanguessugas

O papa Bento XVI pediu nesta terça-feira (12) à comunidade internacional que aplique as leis humanitárias para proteger os civis que vivem atualmente em áreas de conflito. Segundo o pontífice, os esforços são necessários para evitar situações similares às da recente guerra travada entre Israel e o grupo guerrilheiro pró-iraniano Hezbollah no Líbano. Numa ampla mensagem de paz, o papa também disse que "o flagelo do terrorismo" obrigou os países a refletirem sobre como equilibrar valores e direitos fundamentais com a necessidade de garantir a segurança.

A mensagem papal, divulgada para marcar o dia 1º de janeiro, considerado Dia Mundial da Paz pelos católicos, revelou que os países até se comprometem formalmente a respeitar as leis humanitárias internacionais, mas não o fazem consistentemente. "Este é, por exemplo, o caso do conflito ocorrido há alguns meses no sul do Líbano", declarou. Segundo o papa Bento XVI, o dever de proteger a população civil foi "amplamente ignorado" pelas partes em conflito.

"A situação desoladora no Líbano e o novo formato dos conflitos, especialmente depois que a ameaça terrorista desencadeou novas formas de violência completamente diferentes" das existentes anteriormente, exigem que a comunidade internacional reafirme as leis humanitárias, declarou. De acordo com dados fornecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) e por autoridades libanesas e israelenses, mais de mil pessoas morreram durante a guerra de 34 dias entre Israel e o Hezbollah, a maioria delas no sul do Líbano.

O governo libanês assegura que civis compunham a maior parte das vítimas. Israel alega ter matado mais de 800 guerrilheiros, mas não divulga informações capazes de corroborar a afirmação. No lado israelense, pelo menos 159 pessoas morreram, sendo 120 soldados e 39 civis. Em outros pontos de sua mensagem, o papa criticou países que não garantem a liberdade religiosa, inclusive aqueles que perseguem cristãos. Sem mencionar especificamente nenhum governo, o pontífice também criticou os países seculares onde ocorre "diminuição cultural sistemática das crenças religiosas".

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