O Planalto e as centrais sindicais podem fechar amanhã (23) um acordo pelo qual o reajuste do salário mínimo seja antecipado de maio para abril. Já há consenso sobre o valor, que deve subir de R$ 300 para R$ 350, mas o impasse a respeito da data de correção tem emperrado as negociações. Os sindicalistas queriam que o aumento fosse antecipado para março, mas o governo alega que isso não é possível por causa do impacto nas contas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que paga benefícios cujo piso corresponde ao mínimo. A antecipação para março ampliaria os gastos da Previdência em cerca de R$ 2 bilhões

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As centrais também cobram a correção da tabela do Imposto de Renda (IR) da Pessoa Física em 8%. Segundo o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, os representantes dos trabalhadores já acertaram a estratégia de negociação. "Não tem mais conversa. Ou eles (o governo) fazem o acordo em cima da proposta apresentada ou sairemos da reunião, com o governo arcando com o ônus de encaminhar sua proposta ao Congresso Nacional", disse Paulinho. De acordo com o presidente da Força, está em jogo não apenas a antecipação do pagamento do mínimo e o reajuste da tabela do IR este ano, como também a política de valorização do piso salarial para os próximos anos

Paulinho disse que a proposta das centrais, colocada na mesa na última quinta-feira (19), inclui a antecipação da data do reajuste do salário mínimo em 2007 para o mês de março e em 2008 para o mês de janeiro. O governo também trataria de enviar ao Congresso projeto de lei fixando as regras básicas para o reajuste anual do mínimo, levando em conta a inflação passada e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). O presidente da Força Sindical disse ainda que existe um compromisso do governo Lula de zerar a inflação remanescente dos quatro anos na correção da tabela do IR o que, segundo ele, dará algo em torno de 8% no final do ano para valer para 2007.

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