A direção da Volkswagen na Alemanha deve anunciar hoje novos investimentos para a fábrica do grupo em Taubaté, interior de São Paulo. Ao aceitar ontem o programa de reestruturação que implica corte de 160 empregos ainda este mês e mais 140 até o fim do ano, além de redução de benefícios, os trabalhadores garantiram à filial paulista sua inclusão na lista de aportes a serem liberados pela matriz. Projetos para unidades da companhia em vários países serão definidos hoje
O anúncio deve apenas confirmar investimentos para novos modelos em Taubaté, onde a linha Gol é produzida. Valores, prazos e produtos ainda não devem ser revelados. Fornecedores de peças no Brasil confirmam que já estão trabalhando no desenvolvimento de componentes para um veículo por enquanto chamado de NF, previsto para 2008. As apostas são para um compacto, provavelmente substituto do Gol. No mercado há 26 anos, o modelo passou por quatro reestilizações e ainda é o mais vendido no País
As fábricas de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, e de São José dos Pinhais, no Paraná, não devem ser contempladas no plano de investimentos, estratégia que a Volks adotará para forçar negociações, como em Taubaté. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Lopez Feijóo, tem dito que não negociará demissões e corte de benefícios
A Volks planeja para São Bernardo 1,8 mil demissões ainda este ano, mas os 12 mil trabalhadores estão protegidos por acordo de manutenção de empregos até 20 de novembro. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Sérgio Butka, também não aceita negociar agora e considerou o acordo de Taubaté ?precipitado?. A fábrica tem 4 mil empregados e pelo menos 900 podem ser dispensados ainda este ano
No plano de reestruturação, a Volks fala em 4 mil a 6 mil cortes até 2008. Para Taubaté, a cota é de no máximo 700 dispensas, já incluídas as 300 que devem ocorrer até dezembro, segundo a empresa. Pelo plano aprovado ontem , os demitidos, indicados pela empresa, vão receber 60% do salário por ano trabalhado. ?Tem muito empregado descontente com a pressão dos últimos meses e estava só esperando um estímulo para sair?, disse Valmir Marques da Silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté
