O poderoso Sindicato dos Caminhoneiros da Argentina e a empresa cervejeira Quilmes, controlada pela AmBev (Companhia Brasileira de Bebidas), chegaram a um acordo para desativar a crise que os confrontava há dias. Após intensas negociações realizadas na Embaixada do Brasil na capital argentina, os caminhoneiros concordaram em suspender a greve e os protestos que estavam realizando contra a Quilmes.
A confusa crise começou dias atrás, quando o sindicato começou a exigir que a Quilmes recuasse na decisão de rescindir o contrato que possui com algumas distribuidoras de bebidas. Na seqüência, o sindicato também passou a exigir que a Quilmes suspendesse um suposto plano de demissões da empresa. Segundo Pablo Moyano, líder do sindicato dos caminhoneiros, essas medidas causariam a perda dos postos de trabalho de 5 mil pessoas.
No entanto, a empresa defendia seu direito a rescindir o contrato com as distribuidoras, além de negar o suposto plano de demissões.
O pacto acertado na Embaixada brasileira, ontem à noite, implica em que a Quilmes adie para julho de 2008 a decisão sobre a rescisão do contrato com as distribuidoras. Além disso, segundo Moyano, o pacto implica na "estabilidade trabalhista dos empregados da empresa".
De forma paralela às negociações – e na mesma hora – a Embaixada do Brasil era o cenário de um coquetel para uma comitiva com autoridades da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Os representantes da CUT desembarcaram em Buenos Aires com uma agenda de encontros com integrantes do governo do presidente Néstor Kirchner e lideranças sindicais argentinas.