Acordo mínimo

Uma semana ainda vai rolar e com ela as especulações em torno do valor do novo salário mínimo, a vigorar em maio, ou como querem os representantes das centrais sindicais, já a partir de 1.º de março.

Na reunião de quarta-feira, as centrais concordaram com R$ 350, mas pediram a antecipação do pagamento para o mês de março, embora o governo faça restrições ao pedido.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, ex-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), afirmou que os R$ 350 são compatíveis com o Orçamento da União para 2006, caso a correção do salário mínimo comece a ser paga em maio. Por isso, o assunto será levado à apreciação do presidente Lula, para a última definição do governo.

As centrais pediram também a correção da tabela do Imposto de Renda em 10% – o governo sinaliza 7% -, como fator essencial para a melhoria do setor produtivo e para a geração de empregos, tolhida em grande medida pelo que foi chamado de ?fúria arrecadatória?.

Esta expressão foi utilizada pelo presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, justificando na ocasião a autenticidade de porta-voz do sindicalismo de resultados ao fazer reivindicação que interessa diretamente aos patrões (redução da carga tributária), sem a qual, porém, não haverá a retomada do desenvolvimento e, em conseqüência, novos postos de trabalho.

Os presidentes das centrais sindicais começaram a reunião com o ministro Luiz Marinho firmes na proposta de R$ 360 para o salário mínimo, valor intermediário entre a reivindicação inicial dos trabalhadores e a promessa do governo. Durante o encontro, as centrais aceitaram R$ 350 antecipados para março e a correção da tabela do Imposto de Renda.

Tudo indica que o governo está disposto a fazer o sacrifício, tendo em vista que a correção antecipada do salário mínimo custará aos cofres federais cerca de R$ 1 bilhão.

A última palavra caberá ao presidente Lula, um dos maiores líderes sindicais de todos os tempos, cuja trajetória começou na porta das fábricas, lutando por reajustes salariais dignos da competência e hombridade dos trabalhadores.

Mais um teste para o antigo metalúrgico do ABC, arena em que pela primeira vez se passou a levar em conta a importância do trabalhador.

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