Um novo modelo de investigação parlamentar, que limita em três horas os depoimentos dos investigados e transfere imediatamente para exame do Ministério Público as denúncias de corrupção, ainda que possam ter relação indireta com o fato determinado, será inaugurado com a possível instalação da CPI do Apagão Aéreo. Para reduzir o tempo dos interrogatórios, o PT estaria disposto a alegar que as sessões que se estendem por muito tempo funcionam como uma espécie de tortura contra quem vem colaborar com a CPI.
Fruto de negociação com parte da oposição, o novo modelo seria a senha para que PSDB e PT atuassem juntos e assumissem os principais cargos. Aos tucanos caberia a presidência da CPI – o nome mais cotado é o do deputado Wanderley Macris (PSDB-SP). Para a relatoria, o nome mais forte é o do deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP). Os dois chegaram, inclusive, a conversar sobre os novos padrões de trabalho da CPI. O petista teria obtido um sinal de que o PSDB aceita a nova fórmula, desde que fique com a presidência e o direito de investigar os motivos do caos aéreo.
Por trás da generosidade com o PSDB, estaria uma bem articulada estratégia para isolar o DEM (ex-PFL) na oposição e quebrar sua aliança com os tucanos. Além disso, a presença de um partido de oposição daria credibilidade às investigações, mesmo que elas acabassem frustrando a opinião pública com o não-aprofundamento das apurações em torno das denúncias de corrupção contra a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
